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Carvalho da Silva ponderou deixar liderança da CGTP

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Secretário-geral admite «muitas influências», mas recusa falar sobre PCP

O secretário-geral da CGTP ponderou não recandidatar-se ao próximo congresso, a 15 e 16 de Fevereiro, admite que a central «tem muitas influências» e recusa falar sobre o PCP e a liderança de Jerónimo de Sousa.

Numa entrevista à TSF e ao DN, Manuel Carvalho da Silva explica que está «há muitos anos na coordenação da equipa da CGTP» e que houve, sem explicar quais, «um conjunto de factores que se cruzam» e que o levam a «ponderar a saída».

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«Isso aconteceu, não constantemente, mas sim no último congresso e neste que se está a preparar agora. Porque é preciso, é sempre preciso, equacionar continuidades, e neste contexto ainda mais. É tão simples quanto isso», disse na entrevista publicada este domingo no DN e difundida às 12h00 na TSF.

Carvalho da Silva relativiza influências do PCP

Carvalho da Silva, que já anunciou estar disponível para continuar à frente na CGTP, cargo que ocupa desde 1986, recusa falar sobre «as posições do PCP» e relativiza as polémicas em torno das alegadas influências dos comunistas sobre a futura lista do conselho nacional e que, segundo vários jornais, o terá levado a equacionar a saída.

«Decidi já há uns anos não fazer qualquer comentário sobre o Partido Comunista Português». Para o dirigente sindical, os «partidos políticos à esquerda» têm «colocado pouco na sua agenda política os problemas do trabalho. E o Partido Comunista, independentemente de se discordar ou não da sua agenda, não pode ser acusado de não ter agenda. O problema da autonomia, da independência do movimento sindical não passa hoje por essas pressões partidárias».

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Enfranquecimento do movimento sindical

No entanto, Carvalho da Silva reconhece que «o enfraquecimento do movimento sindical» não seja é propício a «olhares estreitos. É natural» que objectivos de forças como o PCP se expressem, mas na central «o desafio que tem sido sempre colocado a cada um é que dentro da CGTP se procure ter em conta aquilo que são os interesses dos trabalhadores, procurando conjugar com todos uma linha de rumo».

Influências «há muitas», incluindo «o actual primeiro-ministro» que «procura influenciar de uma forma simples, lançando afirmações ou aspectos concretos sobre a sociedade que levem facilmente à radicalização das lutas para depois responsabilizar e acusar o movimento sindical».

«Isso é uma influência fortíssima», admite.

Renovação na CGTP: regra dos 60 anos afastará dirigentes históricos

Manuel Carvalho da Silva defende a renovação de quadros da central - a regra dos 60 anos afastará dirigentes históricos como José Ernesto Cartaxo ou Florival Lança.

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O secretário-geral da CGTP admitiu que o «acto dos sindicatos tem grande dificuldade de dirigir bem as suas reivindicações»: «Mesmo quando elas são muito estruturadas, porque facilmente os detentores do capital podem manipular o ponto e o momento de conflito. Basta jogarem com deslocalizações, com manipulações de carteiras de encomendas, com manipulações do valor das acções e desfocam logo o momento e a possibilidade do conflito ter êxito».

«Lula da Silva à portuguesa»

Por último, Carvalho da Silva não exclui totalmente uma eventual candidatura presidencial, comentando um artigo do ex-Presidente Mário Soares no DN em que o elogia, mas recusa ser um «Lula da Silva à portuguesa», apesar de confessar a sua admiração pelo presidente brasileiro.

À questão de uma eventual candidatura presidencial, o dirigente sindical não considera «absolutamente descabida» a hipótese, embora considere prioritária a carreira sindical. «Uso aquela imagem velha que todos repetem. Nenhum português deve abdicar dos seus direitos sociais e políticos, os seus direitos cívicos, mas as minhas ambições são os desafios do dia-a-dia e agora sou sindicalista empenhado».

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