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ASAE suspendeu inspeções em feiras onde estavam políticos

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Inspetor-geral da ASAE confirma que as brigadas não atuaram por questões de segurança, já que se podem gerar momentos de tensão durante as operações de fiscalização

Pedro Portugal Gaspar assumiu que estas orientações foram transmitidas às chefias, de forma informal, tendo em conta que se tratavam de ações de rotina e que podiam ser desenvolvidas noutra altura, reporta a Lusa.

O inspetor-geral da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) afirmou esta terça-feira que foram suspensas algumas inspeções em feiras com a presença de membros do Governo devido ao risco de perturbação da ordem pública.

Pedro Portugal Gaspar, que está a ser ouvido na Assembleia da República, a pedido do PCP e do PS, a propósito das suspeitas levantadas pela Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASAE-ASF), confirmou a retirada de brigadas de certames onde estavam presentes "altas individualidades", mas adiantou que não aconteceu apenas com membros do Governo.

Deu como exemplo a Feira do Fumeiro de Montalegre, em janeiro, que iria ser visitada pelo secretário de Estado da Alimentação, Nuno Vieira e Brito, pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pelo secretário-geral do PS e líder da oposição, António Costa, motivo pelo qual a inspetora-diretora do norte, "entendeu que não havia condições para desenvolver uma ação de rotina".

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Para o inspetor-geral da ASAE, trata-se de "um problema de conflito de deveres e risco potencial de alteração à ordem pública", já que a ação inspetiva pode envolver riscos e, por isso, "deve ser medida a tensão existente".

O deputado do PCP, Bruno Dias, discordou desta forma de atuação: "Agora passamos a saber quando é que não vai haver ações inspetivas da ASAE, agora algumas pessoas vão ter a vida mais facilitada", criticou, sublinhando que ficam problemas por resolver em termos operacionais.

A Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE) denunciou, em junho, situações em que os inspetores foram proibidos de fiscalizar determinados agentes económicos e em que as brigadas receberam ordens para abandonar os locais que estavam a inspecionar.

Para a associação sindical, estas situações revelavam, "em abstrato, uma 'lista VIP' da inspeção Económica", o que foi refutado pelo Ministério da Economia e, posteriormente, por um relatório da secretaria-geral do Ministério da Economia segundo o qual "não existe qualquer lista VIP" na ASAE, nem é usado "qualquer instrumento que implique um tratamento diferenciado na atuação" da inspeção económica.  

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