O Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, afirmou esta terça-feira no Parlamento que a violação do segredo de justiça «é um problema sem solução».
«É difícil neste país acabar com a violação do segredo de justiça, assim como eu não consigo acabar com os acidentes de viação ou a violência doméstica, apesar de haver medidas nesse domínio. Nem eu, nem ninguém», disse ainda Pinto Monteiro, quando confrontado com as declarações do deputado socialista Neto Brandão, que afirmava ter ouvido «com perplexidade» as declarações do Procurador-Geral da República.
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Em declarações na comissão parlamentar eventual de acompanhamento da corrupção, o PGR disse ainda que «a violação do segredo de justiça não e má, é péssima».
«A publicidade do inquérito [investigação] é um erro crasso. O inquérito tem de ser secreto», adiantou.
O Procurador-Geral da República considera ainda que deveria existir ainda o segredo interno. «Se um processo tem 17 arguidos, que têm acesso ao inquérito e de repente a informação aparece na Comunicação Social... o inquérito deve ser secreto», defendeu.
«A maior corrupção é a corrupção de Estado e penso que essa corrupção não existe em Portugal», afirmou o Procurador-Geral da República, que considera que «a corrupção não cresceu em Portugal, até porque há mais censura pública».
«Mas um país em que a burocracia é muita, dá nisto. Se uma certidão demorasse uma semana, ninguém precisaria de dar uns euros por fora para acelerar o processo», critica Pinto Monteiro.
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