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BE: «É a Liberdade que esta direita coloca em causa»

«Que nos devolvam o que somos e o que queremos porque o povo é quem mais ordena», reclama Catarina Martins, pedindo eleições

A deputada do Bloco de Esquerda Catarina Martins iniciou o seu discurso nesta cerimónia de comemoração dos 39 anos da Revolução do 25 de Abril começando por dizer que tem a idade da Revolução. Não a viveu, mas é filha dela. E é por isso que reclamou «que nos devolvam o que somos e o que queremos porque o povo é quem mais ordena». «É a Liberdade que esta direita coloca em causa».

«Nunca passa pela cabeça de ninguém voltar atrás, desistir da dignidade, quebrar os consensos fundadores da democracia. Até agora. Nunca, como hoje, um governo fez do revanchismo social a sua imagem de marca. Na verdade, o país está hoje sob o efeito de um duplo resgate», afirmou Catarina Martins.

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Falava do resgate financeiro, «mas também o o resgate da memória, efetuado por uma direita sedenta de reescrever a história».

De que modo? «A reconfiguração do Estado a um papel mínimo e a uma lógica assistencialista, é-nos apresentado como uma inevitabilidade insofismável. O preconceito ideológico de uma direita radical é travestido de ciência exata».

Depois, «o embuste permanentemente encenado por um primeiro-ministro que nos diz que o Estado é gordo, pesado e ineficiente. Que foi o seu peso que nos trouxe a crise», que «vivemos todos acima das nossas possibilidades».

Catarina Martins considera que «pouco importa a Passos Coelho e a Paulo Portas que todos os números desmintam o seu discurso. Pouco lhes importa que Portugal seja um dos países da Europa aonde se trabalha mais horas por ano»,por exemplo.

«Não, não foram os serviços públicos e as prestações sociais que nos conduziram a esta crise

direita no poder em Portugal rasga o contrato social de abril», com a «prepotência de dar como esmola o que é devido por direito».

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O Bloco de Esquerda alerta que «esta é uma escalada sem fim. Aceitar que a cantina social substitua o subsídio de desemprego está a escassos degraus de aceitar o fim da democracia. É a liberdade que esta direita coloca em causa».

Críticas também a Cavaco Silva, que reiterou «a confiança no governo cujo orçamento pediu para ser declarado inconstitucional».

Mas, sublinhou, «onde esta direita quer resgatar a memória coletiva de um povo, existirá sempre quem diga presente. Aqui estamos, para disputar a história».

«A pergunta a que hoje respondemos é se queremos voltar para trás. Não queremos e não deixamos. Quando Zeca escreveu a Grândola, escreveu também a história de um país: o povo é quem mais ordena». Por isso, o Bloco de Esquerda pede eleições: «Devolver a voz ao povo português para que seja senhor do seu destino e inaugure uma nova madrugada».

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