Tem sido uma das expressões mais utilizadas na VIII Convenção do Bloco de Esquerda: um governo de esquerda que rompa com o memorando da troika. Aliás, o lema é mesmo «vencer a troika», mas há quem vá mais longe.
«Tomara que tivéssemos os 20 por cento que as últimas sondagens têm dado ao Syriza na Grécia», admitiu João Madeira, número um da moção B à mesa nacional, a alternativa ao poder vigente. Na sua perspetiva, o crescimento do BE nos últimos anos «tem sido lento» e uma das saídas deverá passar por «menos taticismo e maior audácia» nas relações com o PS e com o PCP.
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Madeira também está contra a solução encontrada para a sucessão de Francisco Louçã, considerando que «o modelo de de liderança bicéfala sem discussão interna não serve e não são os nomes que estão em causa».
Para o principal promotor da moção B, a articulação política deve ser feita a partir da intervenção de base social para a frente parlamentar «e não ao contrário», e criticou a lógica «interna de hegemonia partilhada». A saída poderá estar «nos movimentos sociais».
«Um governo de esquerda»
Pela moção A discursou o deputado Pedro Filipe Soares, avisando que «quem fala em luta fratricida não conhece o Bloco, pois das diferenças se fazem forças».
«Sabemos da necessidade de ter uma esquerda forte para melhorar o país», frisou, avisando que «o ano 3 da troika em Portugal representará o que sucede na Grécia, com mais cortes draconianos». «Alguém acredita que Merkel vai ser mais meiguinha com Seguro do que com Sócrates ou Passos?», questionou retoricamente, garantindo que a intenção do seu partido é «romper com a troika».
«Não trocamos um milhão de desempregados por um lugar no conselho de ministros. Queremos um governo de esquerda para romper com a troika e o memorando. Queremos a reestruturação da dívida hoje», vincou, avisando: «No governo de esquerda não se entra por cartão, mas por convicção».
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