Já fez LIKE no TVI Notícias?

Cavaco: «Portugueses estão cansados da austeridade»

Presidente da República avisa que falta de consenso político tem de acabar e não quer criar ilusões: exigências não acabam com o fim do programa de ajuda externa

O Presidente da República arrancou esta quinta-feira o primeiro aplauso do seu discurso, no Parlamento, no âmbito das comemorações dos 30 anos da Revolução do 25 de Abril quando disse que, «sem dúvida, o aspeto que mais deve ser realçado destes dois anos muito difíceis é o sentido de responsabilidade revelado pelos portugueses».

Cavaco Silva admitiu, também, que « é indiscutível que se instalou na sociedade portuguesa uma fadiga de austeridade, associada a incerteza sobre se os sacrifícios feitos são suficientes e, mais do que isso, se estão a valer a pena. Estas interrogações são legítimas, que todos têm o direito de colocar».

PUB

Mas, «do mesmo modo que não se pode negar o facto de os portugueses estarem cansados da austeridade, não se deve explorar politicamente a ansiedade e a inquietação dos nossos concidadãos». Quis por isso advertir, «de uma vez por todas», falta de consenso «de nada valerá».

«Refiro a minha profunda convicção de que Portugal não está em condições de juntar uma grave política à crise económica e social em que está mergulhado. Regrediríamos para uma situação pior do que aquela em que nos encontramos» e poderíamos não evitar um segundo resgate.

Por isso, repetiu, «em nome dos portugueses, é essencial alcançar um consenso político alargado».

Os portugueses merecem-no: «O nosso povo foi confrontado com grandes sacrifícios e duras exigências e deu mostras da sua maturidade cívica, consolidada ao fim de quatro décadas de democracia. Não perdemos a identificação com os valores da democracia nem abandonámos o espírito de coesão nacional que sempre nos caracterizou».

PUB

Mais: «Ao dramatismo de várias situações de carência, os portugueses têm respondido com um exemplar trabalho de entreajuda e com uma extraordinária solidariedade».

Cavaco quis destacar, igualmente, «o problema mais dramático que Portugal enfrenta: o agravamento do desemprego e o aumento da pobreza, em resultado de uma recessão económica cuja dimensão ultrapassa, em muito, as previsões iniciais».

Daí que tenha aconselhado que « o combate ao desemprego deve ser uma prioridade da ação governativa. Esta destruição de capital humano coloca graves problemas pessoais, familiares e sociais, tendo ainda impacto muito negativo sobre o crescimento» económico.

Ainda assim, frisou várias vezes, «que não haja ilusões», porque «as exigências» vão prolongar-se depois do fim do programa de ajuda financeira, em meados de 2014.

Teve ainda tempo para «puxar as orelhas» à troika e, ainda que indiretamente, a Vítor Gaspar, pelas previsões falhadas.

PUB

Últimas