«Este não foi o Natal que merecíamos», escreveu Pedro Passos Coelho na sua conta oficial no Facebook. As reações dos seus «amigos», como o primeiro-ministro insiste em tratar quem o segue na rede social, não se fizeram esperar.
A mensagem foi colocada online ao final da tarde desta quarta-feira e menos de um dia depois (às 12h desta quinta-feira) já contava com mais de cinco mil likes, mais de 8600 comentários e 1500 partilhas. Assumindo que quem clicou no like gostou da mensagem (o que não é rigoroso, mas também não é possível perceber a intenção real), houve muita gente que não viu qualquer problema na mensagem de Natal. No entanto, entre os cerca de nove mil comentários surgem reações fortes e quase sempre a criticar o texto de três parágrafos.
PUB
Esta foi apenas a terceira mensagem publicada em 2012 por Passos Coelho nesta rede social, onde é seguido por mais de 107 mil pessoas. As duas anteriores surgiram a 25 de junho, marcando o primeiro ano de mandato, e a 9 de setembro, após o anúncio de novo aumento de impostos.
Em todas as mensagens o primeiro-ministro assina Pedro e nem sempre envia o texto através do telemóvel, como desta vez. Antes tratava quem o seguia por «caras amigas e amigos», agora só por «amigos». Há um ano, também no Natal, foi parco nas palavras: «Esta quadra é sinónimo de solidariedade, de união e de esperança, sentimentos e valores que nos podem ajudar a ultrapassar este tempo difícil», escreveu, enviando «um abraço».
Um ano depois, o primeiro-ministro decidiu invocar também a sua mulher: «A Laura e eu desejamos a todos umas Festas Felizes». Houve quem considerasse que este estilo é inspirado em Barack Obama («Obama style»), mas numa breve passagem pelo Facebook oficial do Presidente dos Estados Unidos é possível encontrar um post com um singelo: «Barack e Michelle desejam-lhe Feliz Natal e Boas Festas» e uma foto, com link para o Youtube, onde está alojada a mensagem oficial em vídeo.
PUB
Os portugueses que decidiram reagir ao texto de Pedro disseram muitas coisas. Apelidaram-no de «hipócrita», consideraram que «quem tem amigos assim não precisa de inimigos» ou que «o senhor não sabe o que é passar por dificuldades». Houve quem mandasse «uma beijoca à Laura», quem desejasse «um ano cheio de boas energias» e quem ainda «confia» no Governo.
Surgem textos longos, de pessoas que sofrem e não vislumbram esperança. «Na mesa dele não faltou nada», desabafou alguém, enquanto outros citaram Maria Rueff: «Pedro Passos Coelho escreve nitidamente acima das suas possibilidades».
Ninguém ficou indiferente à mensagem de Pedro. Amigos ou não, passaram o tempo a falar dele.
PUB