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"Marcelo Rebelo de Sousa só gosta de se ouvir a si próprio"

Candidato à Presidência da República, Sampaio da Nóvoa, questiona que garantias pode dar quem faz "uma campanha sem ouvir ninguém"

Numa intervenção em que começou por falar dos "bloqueios" económico, social e institucional de Portugal e da "estratégia nacional partilhada" necessária para os ultrapassar, Sampaio da Nóvoa reiterou que o país não pode ser "a divisão das partes" e que na Presidência da República deve estar "alguém que venha para somar, para juntar, para unir". Antes de Sampaio da Nóvoa, também o coordenador nacional das causas, Manuel Carvalho da Silva, tinha deixado críticas a Marcelo Rebelo de Sousa e às suas "camuflagens", usando como exemplo o facto de o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP "fazer de conta" que, por ter votado a Constituição em 1976, ficou automaticamente comprometido com o Estado Social.

O candidato presidencial Sampaio da Nóvoa acusou, esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa de só gostar de se ouvir a si próprio, questionando as garantias que dá quem faz "uma campanha autossuficiente e sem ouvir ninguém".

"Tenho visto um candidato orgulhar-se de fazer campanha sozinho, sem ajuda alguma e sem ouvir ninguém. A pergunta que faço é simples: que garantias nos dá, quem faz uma campanha autossuficiente e sem ouvir ninguém, que chegado a Belém ouvirá quem quer que seja?", questionou Sampaio da Nóvoa, na apresentação dos 40 "mandatários das causas" da sua candidatura.

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Sublinhando que "a impressão que dá é que Marcelo Rebelo de Sousa só gosta de se ouvir a si próprio", o candidato presidencial vincou que a palavra do Presidente da República tem poder e é precisamente por isso que o chefe de Estado tem se "saber ouvir antes de falar".

"Defendo um Presidente próximo, presente, que ouve as pessoas, que fala com as pessoas, para assim estar em melhores condições de tomar a palavra e agir. Não um Presidente que anda sozinho, que caminha sozinho, que só se ouve a si mesmo e não tem disponibilidade para se aconselhar e aprender com os outros", acrescentou o antigo reitor na Universidade de Lisboa.

"Sabemos todos que um Presidente da República não governa, não legisla, mas tem de ser portador de causas e, ao submeter-se ao sufrágio universal e direto, tem de assumir compromissos claros com os portugueses", insistiu, falando na necessidade de um chefe de Estado que seja o principal agente de mobilização da vontade coletiva e um promotor de compromissos estratégicos a médio e longo prazo.

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Pois, continuou, em Portugal a política tem "tática a mais e estratégia a menos", tem "curto prazo a mais e compromissos de longo prazo a menos".

Insistindo que é necessário um Presidente que compreenda bem a "cultura de diálogo e de compromisso" que agora se abriu na política portuguesa, o candidato às eleições de 24 de janeiro frisou a necessidade disso ser feito sem crispações, receios ou pressões inaceitáveis e colocando sempre o interesse nacional à frente de interesses particulares.

"Tempos diferentes, como os que vivemos, exigem um Presidente que faça a diferença. Um Presidente imparcial, independente", argumentou.

As declarações de Sampaio da Nóvoa surgem depois do debate desta manhã que juntou, pela primeira vez, os dez candidatos à Presidência da República. 

 

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