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A TAP vai ser vendida ao consórcio Gateway e a oposição já reagiu à decisão do Governo, arrasando o negócio. O PCP fala em venda "por uma bagatela", o Bloco de Esquerda numa decisão para a qual é preciso ter "cara de pau" e o Partido Socialista deixa um aviso: um Governo socialista tudo fará para reverter o negócio.
Governo socialista tudo fará para "reverter processo"Em conferência de imprensa, o coordenador da bancada socialista para a Economia, Rui Paulo Figueiredo, adiantou também que o PS chamará ao parlamento, com caráter de urgência, o ministro da Economia, Pires de Lima, para dar explicações detalhadas sobre o processo de privatização da TAP.
Estas posições foram assumidas pelo dirigente socialista após o Conselho de Ministros ter anunciado a decisão de vender a TAP ao consórcio Gateway, liderado pelo norte-americano e brasileiro David Neeleman, que está associado ao português Humberto Pedrosa (da Barraqueiro), rejeitando pela segunda vez a proposta de Germán Efromovich (dono da Avianca).
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"Um Governo liderado pelo secretário-geral do PS António Costa tudo fará para que o Estado continue a manter a maioria do capital social da TAP. Por isso, o que importa agora é que o povo retire o poder ao Governo de Pedro Passos Coelho para que deixe de continuar a fazer asneiras", afirmou o deputado do PS.
"Na resolução agora aprovada diz-se que se determina que até à liquidação física das compras e vendas a realizar (…) o Conselho de Ministros pode suspender ou anular o processo de reprivatização da TAP - e determina que, no caso de se verificar a suspensão ou termo do processo de reprivatização, não há lugar a qualquer indemnização ou compensação. Um Governo do PS não hesitará em utilizar esta cláusula."
"Ainda vamos ter um longo caminho. Entre a escolha do vencedor e a conclusão, em média, estes processos costumam levar pelo menos seis meses."
"O escrutínio tem de ser imediato, porque o Governo tem-se furtado a ele. Que o ministro da Economia dê corda aos sapatos e não se esconda atrás da maioria PSD/CDS.".
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PCP condena venda "por uma bagatela""Do nosso ponto de vista, verifica-se uma violação do interesse público. O primeiro-ministro disse hoje que teve coragem, mas coragem em fazer negócios, dizer sim aos interesses, não é sinónimo de liderança."
"O Governo revela bem ao serviço de que interesses está quando anuncia a venda, por 10 milhões de euros, por uma bagatela, do maior exportador nacional. É uma decisão criminosa, é uma traição do interesse nacional", afirmou o tribuno comunista nos passos perdidos do parlamento.
Bruno Dias condenou ainda o facto de "os recursos aparecerem facilmente e num instante quando se trata de salvar bancos e banqueiros" e de ser "proibido mobilizar recursos para a defesa de um interesse estratégico como é a companhia aérea de bandeira".
"Isto não é o fim da história, não podemos dar o caso por arrumado. O país e o povo português não podem dar-se ao luxo de atirar a toalha ao chão. Em relação à continuidade deste processo, que tem de ser cancelado e travado, até ao lavar dos cestos é vindima, como diz o povo."
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"A Portugália foi comprada pela TAP por 140 milhões de euros. Hoje anunciam a entrega da TAP por 10 milhões de euros. O primeiro-ministro disse que era preciso ter coragem para tomar esta decisão. Nós não achamos que seja preciso coragem. Achamos que é preciso cara de pau."
Segundo Mariana Mortágua, "o comprador só manterá rotas estratégicas e mesmo a sede durante 10 anos".
"É preciso cara de pau para apresentar isto como bom negócio e boa venda para o país quando nem se pode garantir que, daqui a mais de uma década ou 12 anos, continuaremos a ter a sede e as rotas estratégicas que permitem ligar Portugal às suas famílias", criticou, lembrando que foi "Passos Coelho, embora o negue, que mandou muitos jovens emigrar e agora nem consegue manter as rotas que permitem a estas famílias, afastadas e desestruturadas pela crise, encontrarem-se."
A discussão no parlamento terá assim início pelas 10:00, antes dos debates sobre diversas petições públicas que deram entrada em São Bento ao longo da parte final da legislatura, designadamente um texto que pede a reabertura do inquérito sobre a compra de dois submarinos a um consórcio alemão.
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