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Sócrates: «notícia é falsa»

Jornalista diz que os projectos estão «arquivados na câmara, se entretanto não forem queimados»

O gabinete do primeiro-ministro explicou esta sexta-feira que as respostas dadas «há quatro meses ao jornal Público sobre a actividade profissional de José Sócrates na década de 80, classificando a notícia do matutino como falsa.

«Reiteramos a falsidade da notícia, que reporta a factos de há 28 anos, e reiteramos que o primeiro-ministro assume a autoria e a responsabilidade de todos os projectos» que assinou e que a sua actividade profissional privada se desenvolveu «sempre nos termos da lei».

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A nota do gabinete do primeiro-ministro, com o teor da carta enviada ao director do Público, José Manuel Fernandes, surge na sequência de uma notícia em que José Sócrates é acusado de ter assinado projectos de arquitectura e engenharia relativos a edifícios na Guarda, ao longo da década de 1980, cuja autoria os donos das obras garantem não ser dele.

Um assessor do gabinete do primeiro-ministro disse à Lusa que foi decidida a divulgação da carta, considerando que o matutino não incluiu todas as respostas dadas pelo chefe do Governo.

Contactado pela Lusa, o jornalista José António Cerejo, autor da notícia, confirmou que utilizou «apenas as respostas que dizem respeito à matéria hoje publicada».

«O primeiro-ministro respondeu a outras questões que ainda não publiquei, mas vou publicar. Nessa altura incluirei essas respostas», explicou o jornalista.

Quanto à falsidade da notícia de que é acusado, José António Cerejo disse apenas que os documentos em que se baseou «estão arquivados na Câmara da Guarda e podem ser consultados, se entretanto não forem queimados».

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Na carta, José Sócrates diz que a sua actividade profissional se desenvolveu sempre «nos termos da lei e sem qualquer incompatibilidade com as funções» que exerceu na Câmara da Covilhã.

Com a sua eleição para deputado, em 1987, a sua actividade privada «tornou-se, naturalmente, muito residual, resumindo-se à intervenção pontual em pequenos projectos a pedido de amigos, sem remuneração».

Depois dessa data o único pagamento que recebeu foi de 95 contos, em 1989, para acerto final de contas com a empresa para a qual trabalhou como consultor técnico, referiu na carta.

«Seja como for, para além de ter declarado esses rendimentos na declaração fiscal competente, comuniquei aos serviços da Assembleia da República esse recebimento, para que me não fosse aplicado nesse ano, como não foi, o regime de dedicação exclusiva. Não auferi quaisquer outras remunerações por actividades privadas nem nesse ano nem nos anos subsequentes», acentua.

Admitiu que em 1992 foi de novo contactado pela empresa para retomar a colaboração, «uma intenção que, todavia, foi abandonada poucos dias depois, também por comum acordo, sem que tenha chegado a produzir quaisquer efeitos».

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