Já fez LIKE no TVI Notícias?

«Geração à Rasca» interrompe José Sócrates

«É Carnaval», disse primeiro-ministro, tentando desvalorizar o incidente que se registou em Viseu

Última actualização às 23:34

O primeiro-ministro, José Sócrates, foi interrompido por um grupo de jovens quando discursava em Viseu, esta segunda-feira à noite.

PUB

O primeiro-ministro apresentava a moção de estratégia ao congresso do PS, quando os jovens entraram na sala onde decorria a reunião socialista e obrigaram o secretário-geral do PS a parar o discurso.

«Chegou a hora de a geração à rasca falar, isto é pacífico, só queremos falar», interromperam com estas palavras, através de um megafone, o primeiro-ministro.

Mas Sócrates desvalorizou o incidente: «Nós somos o partido da tolerância. E estamos no Carnaval. E a verdade é que no Carnaval ninguém leva a mal».

«Se estes simpáticos convivas se quiseres juntar a nós são muito bem-vindos», disse ainda o líder socialista, convidando-os para jantar.

Apesar do convite, os jovens foram colocados na rua e, de acordo com a agência Lusa, queixam-se de terem sido agredidos.

«Peço desculpa não ter aceite o jantar, mas já estávamos cá fora a levar pontapés e empurrões e foi mesmo impossível», ironizou Paulo Agante, do movimento, citado pela agência noticiosa. «Eu fiz questão de dizer que era pacífico, mas fomos corridos a empurrões e houve uma rapariga que levou um pontapé», disse aos jornalistas.

PUB

O jovem explicou ainda que ele e os colegas pagaram para entrar no jantar, durante o qual pretendiam manifestar ao primeiro-ministro o descontentamento que sentem por estarem desempregados e haver muitos jovens a trabalharem de forma precária.

O jovem criticou ainda José Sócrates por ter dito que o PS é um partido de tolerância. «Enquanto nós estávamos a ser empurrados e pontapeados, eu não tirei os olhos dele, ele estava com um sorriso de satisfação na cara», disse, citado pela Lusa.

Duas máscaras para Sócrates

Antes de o grupo ter sido expulso, uma das jovens ainda teve tempo de entregar duas máscaras a José Sócrates.

«Uma delas laranja e a outra rosa, que era para se decidir pela políticas que toma, porque estamos fartos, não só das políticas do PS, como do PSD. Varia sempre entre os mesmos, o país vai de mal a pior e somos nós que sofremos», justificou Paulo Agante.

Garantiu que os jovens não queriam «estragar a festa» a José Sócrates, apenas deixá-lo a reflectir sobre as palavras que iam dizer.

«Só queríamos expor a nossa palavra, ter um espaço onde pudéssemos falar, já que ninguém nos ouve, e iríamos sair pacificamente. Ninguém teria de nos expulsar, mas, enquanto estávamos a ser expulsos a empurrões e nos partiam o material, estava o primeiro-ministro a rir-se», criticou.

Os jovens queixam-se ainda de lhes ter sido retirada a faixa que levavam, com a inscrição «Fim às políticas rascas» e «619 mil amigos gostam disto», numa alusão ao número de desempregados portugueses.

PUB

Últimas