Já fez LIKE no TVI Notícias?

Alegre apoia Costa contra «malabarista solitário»

Relacionados

Histórico esteve em arruada em Lisboa e diz ao PSD que vai «perder as eleições»

Almoço na Trindade, arruada no Chiado. O binómio repete-se a cada final de campanha eleitoral do PS. Esta quinta-feira à tarde foi a vez de António Costa reunir oficiais e soldados na cervejaria centenária lisboeta, entre históricos do partido, como Jorge Sampaio, Almeida Santos e Manuel Alegre, mas também figuras públicas de outros quadrantes, como Carlos do Carmo, Luís Represas ou Margarida Vila-Nova. Depois, o candidato socialista desceu o Chiado, atravessou a Rua Augusta e, num pequeno palco, recebeu o apoio de Alegre, que disse que nestas eleições autárquicas o que está em jogo é a escolha entre «a consistência e leviandade».

São 17:35, quando centenas de pessoas deixam o cruzamento entre a Rua Augusta e a Rua da Conceição, depois de quase uma hora de slalon pelo coração da capital. Recuemos, então, quase uma hora e subamos uns bons metros acima do nível da Praça do Comércio, até às portas da Trindade.

PUB

São 16:40, António Costa sai da cervejaria e é envolvido por dezenas de apoiantes e por outras tantas bandeiras verdes. «Com Sol e tudo. Parece que foi encomendado», diz a actriz Margarida Vila-Nova ao presidente da Câmara de Lisboa e candidato de novo ao cargo pelas cores da coligação Unir Lisboa. Ao seu lado, pela Rua da Trindade, vai também Alegre e Helena Roseta. O passo é breve, a descida íngreme e a via apertada. Ao fundo, tudo se abre, onde Pessoa, com muito mais gente à volta do que o habitual, é o único que repousa, em frente à Brasileira. O resto é agitação, que se altera mais com a chegada de Costa.

Uma banda de oito músicos e uns arcos de imitação emprestam à arruada a reminiscência - quase a deixar de o ser pela falta de subtileza que as reminiscências exigem - das marchas da cidade. E ao ritmo de Santo Popular, Costa acena, com a marcha atrás de si. A coreografia salta dos passeios, com os espontâneos e espontâneas que querem apertar a mão ao candidato socialista e dar um beijo a Alegre. Mas solta-se também das varandas, de forma mais programada. Uma ordem da calçada e chovem confetis e pétalas de flor, sobre a comitiva.

PUB

Vira-se para a esquerda, Rua do Carmo. Vira-se para a direita, está-se no Rossio. A polícia pára o trânsito, chega-se à Rua Augusta, com o arco à vista - o grande, de pedra - ao fundo, e os pequenos de madeira e pano, todos atrás. A corrente divide-se entre as esplanadas ocupadas pelos turistas, que ora se espantam, ora tiram fotografias, ora se juntam à festa e agitam as mãos num assomo de dança. Mais um beijo, mais um abraço. Mais uma nuvem de castanhas assadas, que se dissolve entre a procissão. E António Costa chega ao pequeno palco.

São 17:25. Travam-se os passos, cala-se a banda e Manuel Alegre serve-se do microfone. «A escolha, meus amigos, é entre a consistência e leviandade», diz o histórico de Coimbra, desfiando todas as escolhas que, para si, vão estar entre uma cruz e a outra nos boletins de voto do dia 11. «A escolha é entre um projecto, que tem uma equipa, e uma equipa competente, e entre estratégia nenhuma, que tem uma espécie de malabarista solitário».

E numa espécie de jogo verbal de equilíbrios e desequilíbrios prossegue: «A escolha é entre a responsabilidade e a demagogia. A escolha é entre um programa e um projecto que procura mobilizar as pessoas, que tenta conseguir a participação dos cidadãos, e o outro lado, onde há populismo, onde há ideias avulsas, onde há coisa nenhuma».

E a mensagem política da tarde resume-se assim e com mais um toque dado por Alegre na necessidade de evitar uma «vitória da direita» - como já havia feito a favor de José Sócrates - e ainda um vaticínio: «Meus amigos eu ando há muito tempo nisto. Li os sinais das pessoas. Tenho um desgosto para dar ao outro candidato: eles vão perder as eleições».

Tão certo disto parece não estar Costa. Já descido do palco, diz aos microfones dos jornalistas que não descansa à sombra das sondagens e recorda que «já em 2001 elas davam uma grande vantagem a João Soares».

PUB

Relacionados

Últimas