Pedro Santana Lopes assumiu no Jornal das 8 da TVI, na primeira grande entrevista após se apresentar como candidato à presidência do PSD, que o facto de Pedro Passos Coelho ter desistido de se recandidatar foi decisiva para que ele próprio avançasse. Santana admitiu ainda que a atual legislatura possa não chegar ao fim.
Se ele continuasse líder, eu não seria candidato à liderança. Não seria candidato contra ele, nem contra ninguém", frisou Santana Lopes na entrevista à TVI.
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Santana Lopes considerou também diferente uma possível candidatura à Câmara de Lisboa, que não ocorreu, porque "não se justificava: "Aqui é Lisboa e o país. E as ideias que tenho há anos quero pôr em prática no meu país".
Eu já exerci estes cargos. Não é por uma ambição vã", frisou o antigo líder do PSD e primeiro-ministro que considera ter "o dever" de se candidatar à presidência do partido - o "PPD/PSD"; como sempre refere - e vencer Rui Rio.
"Tanta coisa que nos une"Para ganhar, se Deus quiser e as coisas estão a correr bem", afirmou Santana Lopes, que, tal como acentuou no passado domingo, na apresentação da sua candidatura, diz ter vindo para "clarificar. Para unir depois".
Questionado sobre o que pensa de Rui Rio, também candidato, antigo autarca do Porto e vice-presidente quando Santana Lopes liderou o PSD, o ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa preferiu responder em contraponto ao seu adversário.
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Ele respondeu, tanta coisa que nos separa. Eu prefiro dizer o contrário: tanta coisa que nos une. Somos do mesmo partido, ele foi meu vice-presidente, ganhámos câmaras municipais no mesmo dia: ele ganhou a Câmara Municipal do Porto, eu ganhei a Câmara Municipal de Lisboa", referiu Santana Lopes.
Sem negar as referências críticas a Rui Rio feitas na apresentação da sua candidatura, mas não o fazendo declaradamente na entrevista à TVI, Santana Lopes assumiu ainda assim que, "nos últimos anos, a atitude em relação ao partido" será o que os separa.
Pertencemos a um partido. Isto não é a guerra do Vietname. Nem as eleições legislativas. O partido vai escolher o líder mais adequado a este ciclo político", frisou Pedro Santana Lopes.
Sem querer visar o seu "oponente", Pedro Santana Lopes disse, contudo, esperar que Rui Rio "reflita sobre a reação que teve", quando recusou a ideia de participar em debates nas distritais do PSD.
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Almoço com Marcelo: "vai à corrida?"Chamar espetáculo ambulante, o irmos discutir junto das bases, não faz sentido nenhum. É um erro da parte dele", realçou Santana Lopes.
Questionado sobre o almoço que teve com Marcelo Rebelo de Sousa, dias antes de apresentar a sua candidatura partidária, e que foi criticado por Rui Rio, Pedro Santana Lopes insistiu na versãos de que o encontro já estava aprazado e nenhum viu razões para o desmarcar. Sendo que os assuntos falados foram variados.
Ele também perguntou, naturalmente: então está tudo a correr bem? Vai à corrida? Os portugueses conhecem-no. Ele não é de cinismos", explicou Santana Lopes, para quem "o Presidente da república nunca pode ser oposição aos Governos".
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Na entrevista, em que considerou o Orçamento para 2018, "um erro para o país" - esperando um voto contra da bancada social-democrata -, Pedro Santana Lopes disse achar que tem "os melhores projetos, as melhores ideias", assumindo que a sua "obsessão não é o défice zero, mas é o crescimento".
Crescimento, aumentar e melhorar a produtividade em Portugal", defendeu o candidato à liderança do PSD, denunciando haver um "problema do modelo de crescimento, das elites políticas e económicas, como se viu por histórias dos últimos anos, que tratatm mais de si do que do desenvolvimento equilibrado do país".
A par do crescimento económico - "porque não podemos continuar como o país dos 700 euros para licenciados de gabarito" - , Santana Lopes defendeu a importância para o país da "coesão económica e territorial" e do "combate à desertificação": "Fui satirizado quando coloquei secretarias de Estado em todo o país. Agora, o país, perante esta tragédia, percebe ainda melhor a importância de invertermos essa trajetória", disse, lembrando os meses em que chefiou o Governo, em 2004.
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Rejeitando que o seu partido esteja "moribundo", Santana Lopes voltou a frisar assumir "o legado em toda a dimensão do dr. Passos Coelho". Admitiu que a atual legislatura possa não chegar ao fim - ao contrário do que dissera Rui Rio na TVI - porque a solução governativa "é inédita na Europa e é má para Portugal”, o candidato mostrou-se também aberto a pactos de regime.
A política muda num dia, numa semana. Ninguém espere de mim ver-me abespinhado com os sucessos de Portugal, ou com as boas notícias. Pelo contrário. Cada vez que houver uma boa notícia, sobre a inflação, sobre o défice, eu direi ainda bem e as pessoas verão na minha cara que é sincero", frisou Santana Lopes, dando a imagem da oposição que pretende fazer caso seja eleito presidente do PSD.
Quanto ao partido e às eleições marcadas para 13 de janeiro, Santana Lopes procurou mostrar-se "maduro": "Venho para este combate, não é por mim. Enfant terrible? Já nem enfant, nem terrible. Calmo, sereno, disposto a construir pontes de entendimento ,disposto a chamar as novas gerações".
A vida já me deu tanto. O Presidente da República disse isso quando se recandidatou. É um pouco o mesmo. Acho que tenho o dever de retribuir e as pessoas escolherem", afirmou.
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