É sucessivamente apontado como provável líder do PSD, mas ainda não foi a votos. De qualquer forma, José Pedro Aguiar Branco, ex-Ministro da Justiça e actual presidente da Assembleia Municipal do Porto, é uma voz respeitada no partido. Em entrevista ao PortugalDiário e ao Rádio Clube Português, assumiu a sua discordância em relação ao rumo que está a ser seguido pelo PSD de Luís Filipe Menezes
E foi a propósito de um dos aspectos mais referidos nos últimos dias, o já apelidado PSD-Empresa, que Aguiar Branco foi mais incisivo. «Esta tendência potencia a criação de dependências económicas, enquistam o partido, transportam para o partido o que tem o aparelho de Estado e que tanto criticamos. Cria maior clientela, funcionalização da actividade partidária, por isso sou contra», frisou, assumindo que, «confirmando-se estas medidas, o PSD está no mau caminho».
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Um outro aspecto a merecer crítica é o posicionamento em relação à Câmara de Lisboa. «A situação é diferente do Porto. Infelizmente, a nível de dívida, Lisboa está em situação pior. Não sei se é só da responsabilidade do PSD, pois é algo que vem também do tempo de João Soares e quiçá de Jorge Sampaio. Existe uma linha crescente do endividamento e agora é preciso encontrar meios para resolver», considerou, referindo que, na sua opinião, «acima dos partidos tem de estar o interesse público», o que apontaria para a aprovação do empréstimo de 500 milhões de euros proposto por António Costa.
Depois de falar das verbas do QREN, «absolutamente necessárias para a região norte», Aguiar Branco, que faz questão em lembrar que primeiro é advogado e só depois político, considero que as novas leis penais são «positivas». «Genericamente as novas medidas são positivas, porque reforçam a liberdade dos cidadãos. Sou a favor, estou convergente com as alterações, mas é necessário que aconteçam com condições logísticas, fornecidas pelo Governo, que permitam que não haja efeitos perversos na lei», vincou.
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PGR deve ter cuidado
A experiência como Ministro da Justiça permite-lhe ainda falar com autoridade em relação às posições tomadas recentemente pelo Procurador-Geral da República. Aguiar Branco aconselha prudência e descrição, o que nem sempre tem acontecido.
«Deve ter cuidado no que diz respeito às suas intervenções públicas, porque não é uma pessoa qualquer e das suas palavras podem resultar, ou não, alguma tensão social, algum alarme social. Naquilo que é a sua intervenção, espero que esteja ao nível da sua qualidade e inteligência e às vezes não tem estado», frisou.
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