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Face Oculta: Ana Paula Vitorino nega pressões

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A ex-secretária de Estado dos Transporte e actual deputada do PS lamenta a «violação do segredo de justiça» que permite a publicação de «versões romanceadas dos factos»

A dirigente socialista Ana Paula Vitorino nega ter sido pressionada quando esteve no Governo, diz-se alvo de «violação do segredo de justiça» no processo Face Oculta e que nunca admitiu «referências abusivas» a interesses do PS.

Estas posições da ex-secretária de Estado dos Transportes e membro do Secretariado Nacional do PS constam de uma carta escrita aos deputados socialistas, à qual a agência Lusa teve acesso.

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Segundo notícias publicadas em relação ao processo Face Oculta, um depoimento prestado por Ana Paula Vitorino, por escrito, na sequência de uma solicitação do Ministério Público da Comarca do Baixo Vouga, levou a que fosse aberta uma investigação ao ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino por suspeita de ter pressionado a ex-secretária de Estado a favor da empresa de Manuel Godinho, que se encontra em prisão preventiva.

«Considero lamentável a grave violação do segredo de justiça resultante da publicação de excertos truncados das minhas declarações antes da dedução da acusação, bem como, após a mesma, versões romanceadas dos factos como as referências ao impacto da minha pretensa deslocação a Aveiro, a qual nunca ocorreu», começa por salientar a dirigente socialista.

Ana Paula Vitorino contrapõe que respondeu ao Ministério Público «com todo o rigor e consciência às questões colocadas sobre factos» em que participou ou de que teve conhecimento.

«Nunca me considerei pressionada por ninguém e sempre agi e tomei decisões no estrito dever de defesa do interesse público e da legalidade», frisa na mesma carta.

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Neste contexto, a ex-secretária de Estado dos Transportes diz depois que sempre entendeu que o facto de fazer parte do Secretariado Nacional do PS lhe davam «preocupações acrescidas de seriedade e que estava farta que os partidos tivessem as costas largas».

«Por isso, com a legitimidade de quem é dirigente nacional do partido, sempre disse que não admitia referências abusivas a alegados interesses do PS por parte de quem quer que fosse, muito menos por parte de quem não tem legitimidade para o fazer. São estes os princípios que sempre defendi e que adopto reiteradamente desde que em Novembro de 2009 passei a integrar a Comissão de Gestão do PS por designação do secretário-geral [José Sócrates]», sublinha Ana Paula Vitorino.

A actual deputada do PS, eleita pelo círculo do Porto, refere ainda que «a defesa do Estado de Direito e da ética republicana» estarão sempre na base do seu «dever de colaboração com a justiça no estrito respeito pela separação de poderes que a todos obriga sejam operadores judiciários, responsáveis políticos ou profissionais da comunicação social».

Por esse motivo, acrescenta, rejeita «veementemente quaisquer especulações políticas feitas com base em peças processuais» cujo teor diz «desconhecer».

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