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Portugal deve ter «maior flexibilidade» nos gastos em Defesa

Declarações são do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete

O ministro dos Negócios Estrangeiros português considera que a «crise financeira grave» de Portugal permite «uma maior flexibilidade» nos investimentos em Defesa, mas que este tema precisa de maior atenção a nível nacional e europeu.

As posições de Rui Machete foram assumidas, esta quarta-feira, à margem de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, no quartel-general da organização, em Bruxelas.

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«Portugal está numa situação excecional porque está numa situação financeira grave, em todo o caso não é apenas o problema de uma maior contribuição orçamental, mas também de uma melhor organização da Defesa e de uma melhor utilização dos dinheiros, isso tem sido sublinhado», afirmou Machete depois de questionado sobre os apelos constantes da administração norte-americana para que os parceiros europeus invistam no setor militar e garantam a sua segurança.

Rui Machete defendeu que a Europa «necessita de intensificar os seus esforços financeiros e ter uma melhor estruturação e organização» na área da Defesa e que a segurança «não é algo assegurado por si próprio».

Questionado sobre o caso de Portugal, que investe pouco mais de 1% do PIB em Defesa quando os padrões da NATO para os Estados-membros apontam para 2%, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sublinhou que «o problema não é tanto apenas quantitativo mas a melhor forma de utilizar as importâncias que estão à disposição», lembrando novamente que «Portugal tem uma situação específica».

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«Nem todos os países saíram de uma crise financeira grave e de um programa de ajustamento como o nosso, nós temos naturalmente uma situação que permite uma maior flexibilidade, mas temos de dedicar mais atenção à Defesa do que temos dedicado até aqui, certamente», acrescentou.

Rui Machete considerou ainda «importantíssima» uma declaração do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ao dizer que «os Estados Unidos precisam de uma Europa cooperante e atenta e capaz de ajudar».

«Esta declaração merece ser sublinhada porque afasta a ideia de que há um isolamento dos Estados Unidos e um afastamento cada vez maior do Estados Unidos para o Pacífico, os Estados Unidos estão naturalmente interessados no Pacífico, porque são uma potência que tem uma costa do Pacífico igual à Atlântica, mas há também uma afirmação clara da importância da Europa», notou.

O governante português adiantou que na ministerial de Negócios Estrangeiros foi também analisada «a agenda da cimeira no País de Gales», em setembro, e salientou a importância «que a NATO tem hoje como aliança que dura há dezenas de anos» com «um papel claro em defesa da paz».

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