Independentes e movimentos como o LIVRE aprovaram este sábado as linhas programáticas da iniciativa «Tempo de Avançar», que vai lutar por «cidadãos sem medo» e com voz e por um país «com futuro», nas palavras de Rui Tavares.
Fundador do LIVRE, coube a Rui Tavares abrir na tarde deste sábado os discursos da convenção que decorre em Lisboa e que junta centenas de pessoas, sejam cidadãos independentes e personalidades de esquerda, sejam dirigentes de movimentos ou políticos conhecidos (como Ana Drago).
Foi a todos eles que Rui Tavares disse que o que estava a acontecer era «algo nunca feito» na democracia portuguesa, pelo «grau de abertura e participação» na construção de listas e de um programa para a iniciativa «Tempo de Avançar».
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E pediu à adesão ao movimento dos que querem combater a precariedade, renegociar a dívida externa ou reconhecer a independência da Palestina no primeiro ano da legislatura do Governo saído das próximas eleições.
Mas pediu também que se juntem os que não querem que «a política seja a desvalorização das pessoas», que querem «pôr a direita na oposição».
«Governar só vale a pena se for para mudar o país, não faz a mudança quem põe mudança em cartazes, faz quem conta com a força de todos», disse Rui Tavares, acrescentando que a proposta a apresentar aos portugueses nos próximos tempos é a de uma «candidatura cidadã» que no dia das eleições se transformará numa «legislatura cidadã».
Um discurso no qual disse muitas vezes a palavra «união», como a disse também depois Ana Drago, antiga dirigente do Bloco de Esquerda que começou por afirmar: «que não haja qualquer dúvida, estamos hoje aqui reunidos porque queremos mudar o país», uma «urgência e uma necessidade».
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Com referências bastantes à crise e suas consequências, como perda de habitação, precariedade laboral, desemprego ou emigração, Ana Drago salientou que era preciso mudar o país e que essa é a responsabilidade que o movimento assume.
E para a mudança, explicou, é preciso recuperar o país «dos danos que fez a política de austeridade» e recuperar também a «noção fundamental de que há incompatibilidade entre pobreza e democracia», pelo que é preciso «redistribuir o rendimento», criar emprego, recuperar o «bom nome do Estado», e, claro, renegociar a dívida externa.
Durante a manhã, os participantes na Convenção aprovaram questões regimentais e durante as tarde as linhas programáticas.
Também se elegeram as listas para o conselho do movimento, uma parte em eleição por lista e outra em candidaturas uninominais (50 nomes no primeiro caso e 22 no segundo, devendo-se eleger posteriormente mais 22, um por cada círculo eleitoral).
Nas linhas programáticas, um documento de cinco pontos (depois subdivididos) defende-se a reestruturação das dívidas dos países da União Europeia e que o Estado português faça uma auditoria à dívida pública.
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