O candidato presidencial Sampaio da Nóvoa disse hoje, em Santarém, que os discursos da tomada de posse do Governo “tiveram o tom certo”, saudando a mudança de discurso do Presidente da República que no seu entender reintroduziu a normalidade.
PUB
Sampaio da Nóvoa, que hoje almoçou no Festival Nacional de Gastronomia antes de um encontro com autarcas e apoiantes na Casa do Brasil, em Santarém, afirmou que os discursos de Cavaco Silva e do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “tiveram um tom muito mais natural e normal do que o tom de discursos anteriores”.
“Julgo que houve um reconhecimento de que a democracia tem as suas regras, os seus procedimentos, que todos devemos, sobretudo em momentos difíceis, em momentos mais complicados, manter uma grande serenidade e deixar funcionar regularmente as instituições da democracia”, afirmou, considerando que este é o “tempo do parlamento”, de os partidos “se entenderem e encontrarem as melhores soluções de futuro para Portugal”.
O candidato reafirmou o seu entendimento de que o Presidente da República deve dar posse ao Governo que reúna maioria parlamentar, seja de esquerda ou de direita, sublinhando que não lhe “passa pela cabeça” a possibilidade de um Governo de gestão.
PUB
Lembrando que há uma semana se reuniu com constitucionalistas de várias gerações e sensibilidades e que todos foram unânimes em afirmar que essa possibilidade estaria no “limite da constitucionalidade” ou seria mesmo inconstitucional, disse esperar que se encontre uma solução com serenidade e sem precipitações, deixando “decorrer a lógica normal do processo democrático”.
Pondo a possibilidade de ser eleito e de se deparar com uma “situação verdadeiramente dramática sem acordo no parlamento, numa situação de alguma conflitualidade”, Sampaio da Nóvoa declarou que, “em último dos últimos recursos a alternativa é dissolver o parlamento e devolver a palavra ao povo”.
Falando aos jornalistas na companhia de três presidentes de câmara socialistas do distrito de Santarém – Anabela Freitas, de Tomar, Pedro Magalhães Ribeiro, do Cartaxo, e Fernando Freire, de Vila Nova da Barquinha -, um dia depois de a também candidata Maria de Belém ter estado no mesmo local com outros apoiantes do PS, o candidato garantiu não andar a “contar espingardas” nem ser contra os partidos.
“Escusam de me tentar colar a uma ideia de que sou contra os partidos. Andam a tentar isso há seis meses e eu há seis meses que repito: diga uma frase, uma ideia, uma palavra que seja que tenha dito contra os partidos. Tenho um enorme respeito pelos partidos. Não quero um país sem partidos, onde os partidos não tenham um lugar central”
PUB