"Um, dois, três... Mais?" Foram 15, os toques que Sampaio da Nóvoa deu, numa bola de futebol, à chegada a Lagos, mostrando que nem só de política vive um homem e que o futebol ainda faz parte do seu dia-a-dia.
Estava dado o ponto de partida para a visita ao Algarve, que começou com uma breve paragem em Lagos para um pequeno passeio pelo centro da cidade, acompanhado pela presidente da autarquia local, Joaquina Matos, que acompanhou o candidato até Faro.
PUB
Enquanto calcorreava as ruas da cidade, foi ouvindo palavras de incentivo de quem passava e que lhe prometia, “sem dúvidas”, votar em si no próximo dia 24. A visita a Lagos foi curta, mas nem por isso parca em apoio.
Com Portimão como destino, Nóvoa rumou à Casa Manuel Teixeira Gomes, presidente da República entre 1923 e 1925, para falar na República democrática, da qual tem tido provas nos últimos meses, graças à viabilização do governo do PS:
Enquanto o candidato a presidente discursava, a multidão que o ouvia cresceu até à entrada da casa e despertou a curiosidade de Hriseo Hristov, imigrante búlgaro, a viver em Portugal desde 2001. Intrigado pela azáfama que de repente tomou conta do centro da cidade algarvia, o imigrante, de 38 anos, questionou se se tratava de um candidato a presidente da Câmara. Ao descobrir que não, pediu para ser ouvido. “Os imigrantes não podem votar, mas podem ser ouvidos”, disse à TVI24.
Depois de ter trabalhado como varredor de ruas, ajudante de cozinha e na construção civil, Hriseo Hristov diz que “agora o trabalho está parado e não há dinheiro” para conseguir manter o que foi conquistando desde 2001. O carro teve de ser vendido e viu os amigos que tinham comprado casas no país a verem-nas “serem levadas pelos bancos”.
PUB
“Se isto não é um país real, onde está o país real?”“Quando eu trabalhava, dava para fazer coisas. Dava para eu ir visitar a minha mãe que não vejo há oito anos. Agora, com 180 euros que recebo, não dá para nada, só para pagar um quarto.”
Em discurso direto, Sampaio da Nóvoa lembrou, perante uma chuva de palmas, que chegou o “novo tempo” de “unir o que foi desunido”.
“Não há portugueses de primeira e de segunda. Não podemos ser uns contra os outros, temos de ser uns com os outros. Temos de nos unir num projeto de futuro para o país, temos de unir aquilo que foi fraturado nos últimos anos. Todos contam porque é assim que é a democracia".
"Há quem veja a democracia como uma coutada para a caça aos votos, eu vejo a democracia como um espaço para ouvir as pessoas e debater ideias".
PUB