Já fez LIKE no TVI Notícias?

Ana Jorge apela a médicos para não se reformarem

A ministra da Saúde vai contratar mais médicos estrangeiros, mas isso não trará a reabertura dos SAP que foram encerrados

Ana Jorge reconhece a falta de médicos em Portugal e a corrida às reformas não ajudou. Em declarações ao «DN», a ministra deixa o apelo: «Neste momento, aceitamos todos os médicos que quiserem ficar a trabalhar», mas está optimista. «Já sabemos que há dezenas de médicos interessados em continuar a trabalhar».

E se Lisboa apresenta uma grande carência destes profissionais de saúde, «há zonas do País e especialidades em que a escassez é demasiado grande. Estamos a tentar contratar os médicos directamente, sem recorrer às empresas. Para nós, é menos oneroso e o médico também ganha mais do que pelas empresas». E o doente também ganha. «Sabe-se quem está a trabalhar e há responsabilização».

PUB

Ainda assim, só o atrasar da reforma de alguns médicos não chega e, por isso, Ana Jorge anuncia que está «a trabalhar com países da América do Sul, como a Colômbia ou o Uruguai. Há um grupo que está a fazer o exame de reconhecimento para a Ordem e a preparar o que é necessário para vir para Portugal». Segundo a ministra serão necessários «pelo menos 40 a 50 médicos». Estes médicos, juntamente com aqueles que vão sair das universidades leva a que «a este ritmo, penso que em 2015/16 teremos um número mínimo de utentes sem médico», garante Ana Jorge.

Médico de família também no hospital

O modelo do médico de família será aplicado também nos hospitais. Assim, «o médico internista será o responsável por gerir o caso do doente enquanto ele estiver internado». Explica a ministra que «é importante que os hospitais se organizem com base no internista, que é responsável pelos doentes (¿) para que o doente sinta que tem um fio condutor e que não anda de especialidade em especialidade, muitas vezes sem conexão». Ana Jorge critica o pendor «especializadíssimo» que a medicina ganhou e prevê as dificuldades de uma mudança cultural no trabalho médico.

PUB

Vão fechar mais SAP

Os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) vão continuar a fechar. «Se achamos que o serviço não se justifica, temos de cortar».Ana Jorge admite que há «algumas unidades para encerrar no Norte e Centro do país», mas «só haverá mudanças quando os responsáveis se sentirem seguros de que as medidas não irão deixar a população sem apoio».

Médicos a fazer só urgência durante um ano

Ana Jorge quer também equipas fixas nas urgências dos hospitais. «É bom que seja feito com equipas próprias, mas durante prazos de um ano ou dois e segundo as necessidades de cada instituição», diz ao «DN». A proposta já foi feita aos sindicatos e está em discussão.

As contas difíceis da Saúde

Em dia de aniversário do SNS, as contas da saúde são sempre uma dor de cabeça, mas Ana Jorge garante que «a despesa está a ser reduzida. Tivemos uma taxa de crescimento da despesa no SNS mais baixa em Julho. O crescimento da despesa em Junho foi de 3% e agora foi de 2,8%.»

Ainda assim, a comparticipação de medicamentos a 100% gerou despesas acima do esperado. Ana Jorge reconhece os «abusos muito grandes», ou seja, «o cálculo dos gastos para aquele grupo dos 100% era de cerca de 40 milhões de euros, e subimos aos cem milhões. Portanto, há aqui uma margem grande, acima do dobro. É nesta área que a Inspecção-Geral da Saúde está a investigar».

PUB

Últimas