O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, afirmou, esta quinta-feira, que o programa económico da presidente do PSD é um «exercício de irresponsabilidade», uma «chuva de milhões de euros» sem quantificação e unicamente destinado à recomposição da imagem da líder social-democrata.
As afirmações de Pedro Silva Pereira foram proferidas no final do Conselho de Ministros, depois de interrogado se o Governo vai considerar as medidas apresentadas quarta-feira por Manuela Ferreira Leite para fazer face à actual crise económica e financeira.
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Pedro Silva Pereira afirmou que o programa social-democrata «tem propostas boas que não são novas, que o Governo já está a cumpri-las - caso do pagamento das dívidas do Estado -, e tem medidas novas que infelizmente não são grande coisa e que representam fundamentalmente um exercício de irresponsabilidade».
«A doutora Manuela Ferreira Leite apresentou uma verdadeira chuva de milhões, que é sempre muito fácil de fazer na oposição, prometendo tudo a toda a gente. Mas a presidente do PSD não foi capaz de quantificar o custo de cada um das medidas», sustentou o ministro da Presidência.
Pedro Silva Pereira reconheceu que Manuela Ferreira Leite apresentou uma estimativa global das suas propostas na ordem dos 1500 milhões de euros, «que só por si faria o défice orçamental chegar aos cinco por cento».
«Mas [a presidente do PSD] não quantificou o custo de cada uma das medidas que apresentou. Basta percorrermos quatro ou cinco medidas das que apresentou para se chegar a um valor que ultrapassa facilmente os tais 1500 milhões de euros», sustentou Pedro Silva Pereira.
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O membro do Governo defendeu que a proposta do PSD para reduzir em dois por cento a taxa social única custa 780 milhões de euros.
De acordo com a estimativa do ministro da Presidência, caso se junte a extinção do imposto de selo nas operações de crédito a médio prazo a perda de receita é de 250 milhões de euros.
«Só com quatro ou cinco das medidas que foram apresentadas, num pacote de 20, ultrapassa-se largamente os tais 1500 milhões de euros. Precisamos de saber que contas são essas da doutora Manuela Ferreira Leite», considerou Pedro Silva Pereira.
Para o membro do Governo, o programa económico do PSD «não é um exercício sério de oposição fazer esta permanente dança da chuva dos milhões, como se não estivéssemos a falar de dinheiros públicos e como se não fosse preciso responsabilidade, sobretudo numa situação de crise».
Ainda de acordo com Pedro Silva Pereira, algumas das medidas apresentadas quarta-feira pelo PSD «fazem parte de um conjunto de iniciativas de carácter fiscal que Manuela Ferreira Leite criticou há bem pouco tempo atrás, caso da redução do IRC (descendo para metade e com plena aplicação junto das pequenas e médias empresas)».
Interrogado um possível pacto entre os dois maiores partidos portugueses para a economia, Pedro Silva Pereira afirmou que «não que há que comentar uma inexistência».
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