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PS: «Governo está a abrir a porta ao corte dos subsídios no privado»

José Junqueiro desafia Passos Coelho a «assumir que esta é uma manobra para cortar definitivamente os subsídios à administração pública»

O PS desafiou o primeiro-ministro a assumir as suas responsabilidades políticas e a «emendar a mão», procedendo já ao pagamento da totalidade dos subsídios de férias aos trabalhadores da administração pública e pensionistas.

José Junqueiro, vice-presidente da bancada socialista, falava aos jornalistas na Assembleia da República, após o Governo ter ordenado aos serviços públicos para que estes não paguem já em junho os subsídios de férias, apesar de a suspensão ter sido chumbada pelo Tribunal Constitucional e de não estar em vigor a proposta do executivo que remete para novembro esse pagamento para alguns pensionistas e trabalhadores da administração pública.

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«O primeiro-ministro não pode violar uma decisão do Tribunal Constitucional, nem violar a lei da República, que não lhe permite fazer qualquer adiamento do pagamento deste subsídio. Perante os portugueses, Pedro Passos Coelho tem de assumir que esta é uma manobra para cortar definitivamente os subsídios à administração pública, setor contra o qual faz um culto de desprezo absolutamente intolerável», afirmou José Junqueiro.

O dirigente socialista afirmou depois que o primeiro-ministro «está perigosamente a abrir a porta para que este corte seja extensivo ao setor privado».

«Era bom que [Passos Coelho] tivesse a noção que o seu Governo é aquele que mais vezes foi chumbado pelo Tribunal Constitucional e aquele que mais vezes em democracia atuou fora da lei. O Governo tem uma oportunidade para emendar a mão, respeitando uma lei que decorre de uma decisão do Tribunal Constitucional e a lei da República, a qual não confere qualquer suporte legal para o adiamento do pagamento dos subsídios de férias», sustentou José Junqueiro.

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Interrogado sobre a atitude que deverá tomar o Presidente da República neste caso, eventualmente não promulgando a proposta do Governo que adia o pagamento de parte dos subsídios de férias, José Junqueiro alegou não poder falar pelo chefe de Estado.

«Mas estamos perante uma desobediência grave a uma decisão do Tribunal Constitucional. Por outro lado, não há qualquer respaldo legal nas leis da República que permitam deferir para meses posteriores o pagamento dos subsídios de férias. Estamos perante um ensaio para o corte definitivo destes subsídios», insistiu o candidato do PS à presidência da Câmara de Viseu.

José Junqueiro lançou ainda a suspeita que o Governo pretenda baixar artificialmente os indicadores da despesa do Estado (e do défice) no segundo trimestre deste ano.

«Como diz o povo, o Governo está também procurar martelar as contas [públicas] do segundo trimestre do ano. A primeira execução trimestral foi um desastre e a do segundo trimestre, com esta política, será outro desastre», acrescentou.

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