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«As soluções do passado trouxeram o país até aqui»

António José Seguro fala em conferência promovida pelo Grupo Parlamentar do PS

O secretário-geral do PS considera que as soluções do passado trouxeram o país à presente situação de crise económica, contrapondo que se exige aos políticos que saibam interpretar os novos tempos e adoptar novas soluções.

A posição de António José Seguro foi assumida na sessão de encerramento de uma conferência promovida pelo Grupo Parlamentar do PS sobre internacionalização da economia portuguesa, na Assembleia da República.

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No discurso que fez de improviso, com cerca de oito minutos, António José Seguro deixou críticas implícitas à trajectória económica e financeira seguida pelo país nas últimas décadas, embora sem nunca se referir especificamente a qualquer um dos anteriores executivos.

«Aquilo que os novos tempos e as novas crises exigem a todos nós, em particular aos políticos, é que saibam perceber que as soluções do passado trouxeram o país até aqui. Só uma nova atitude política é que pode ajudar Portugal a entrar numa trajectória de desenvolvimento económico sustentável», defendeu, citado pela Lusa.

O secretário-geral do PS classificou como «interessante» a intervenção feita quarta-feira pelo Presidente da República, Cavaco Silva, «no sentido de atribuir prioridade ao crescimento económico», e adiantou que, pela sua parte, exigirá que os socialistas façam uma oposição acompanhada de apresentação de alternativas.

«Há um forte empenhamento do Grupo Parlamentar do PS na defesa das empresas portuguesas. Sem boas empresas em Portugal, com apoio e com estímulos, Portugal não consegue resolver os seus problemas. Exigimos a nós próprios que a resolução desses problemas não seja conjuntural, nem o somatório de pequenas políticas», disse, procurando neste ponto traçar uma linha de demarcação face ao executivo PSD/CDS.

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No seu discurso, Seguro voltou a rejeitar uma estratégia assente apenas na consolidação orçamental, defendeu como prioritária a necessidade de vocacionar as verbas das perspectivas financeiras (2014/2020) da União Europeia para «uma verdadeira política económica» e alertou para a necessidade de se reorientarem os apoios financeiros para a produção de bens transaccionáveis.

Neste ponto, o secretário-geral do PS congratulou-se por o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter mostrado alguma abertura à possibilidade de as empresas que não distribuam lucros terem como contrapartida um forte desagravamento do IRC já a partir do próximo ano fiscal, mas lamentou que idêntica abertura não tenha sido transmitida face à ideia de Portugal negociar junto do Banco Europeu de Investimento (BEI) uma verba de cinco mil milhões de euros - montante que se destinaria a apoiar a liquidez das pequenas e média empresas.

«Espero sinceramente que o primeiro-ministro possa evoluir, porque essa linha de crédito, no âmbito da negociação da actualização do memorando [da troika], poderá ajudar a resolver muitos dos problemas das nossas empresas», acrescentou.

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