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«Eu escrevi uma carta a pedir a libertação de Mandela»

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Cavaco Silva esclarece que Portugal «lutou muito» pela libertação de Mandela e que o próprio lhe agradeceu o esforço do país

O Presidente da República revelou este sábado que escreveu uma carta ao Presidente sul-africano a pedir a libertação de Nelson Mandela e que após a libertação, Madiba agradeceu ao presidente português o apoio de Portugal na luta pela sua libertação. Cavaco Silva criticou ainda a recente polémica com os votos a favor e contra a libertação de Mandela.

«Em 1987 eu escrevi uma carta ao Presidente da África do Sul a pedir a libertação de Nelson Mandela. Penso que o portador foi Durão Barroso. O senhor Presidente da África do Sul reagiu muito mal a essa minha carta, houve uma certa tensão entre os dois governos, não foi nada simpático na sua resposta», disse.

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Cavaco Silva revela ainda que em 1988 o presidente sul-africano veio a Portugal e esteve numa reunião como Presidente português que «correu muito mal», segundo conta o próprio. «Uma reunião de uma grande tensão, precisamente porque Portugal insistia muito sobre a libertação de Mandela e de outros presos», explicou.

O Presidente da República garantiu que a posição de Portugal relativamente ao pedido de libertação de Nelson Mandela «foi sempre clara, do princípio ao fim», e que apenas foi recusada a luta armada.

«Penso que o nosso embaixador seguiu aquilo que era a prática portuguesa, que era recusar a luta armada, tendo presentes os 400 mil portugueses que estavam na África do Sul, a guerra civil em Angola, a guerra civil em Moçambique e o que seria incendiar de guerras toda a África Austral», disse aos jornalistas em Viseu.

Cavaco Silva criticou aqueles que «falam de cátedra, mas nunca conheceram Nelson Mandela. Penso que alguns nunca mexeram uma palha para tentar mudar a situação na África do Sul», frisou.

Segundo o Presidente da República, Portugal apenas recusou a luta armada, e não mais do que isso, sendo o resto «manobras políticas internas» que lamenta. Lembrou que Portugal aderiu à União Europeia em 1986 e foi ele que participou em todos os Conselhos Europeus até 1995 e não «esses que agora falam».

«Participei pelo menos numa dezena de Conselhos Europeus em que se discutiu a situação na África do Sul e o apelo para a libertação de Mandela e outros presos políticos. E a posição de Portugal foi sempre clara, do princípio ao fim. Nós exigimos a libertação dos presos políticos, queremos o fim do «apartheid», mas não queremos a luta armada», contou.

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