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«O homem afogou-se» e «o Governo está morto»

Louçã ataca Passos Coelho, que tenta negar o tal afogamento

O líder do Bloco de Esquerda decidiu esta sexta-feira, durante o debate quinzenal, fazer um «desenho» a Passos Coelho: «Imagine que Pedro está a nadar próxima da praia, atrapalha-se e mergulha três metros. Vai começar a esbracejar para responder às dificuldades, mergulha mais um metro. Conclusão de Passos Coelho: estamos a inverter o ciclo. Percepção do povo: o homem afogou-se». Mais tarde diria que «o Governo está morto».

«O país está em dificuldades sérias e está a resolvê-las. O país não se está a afogar e o primeiro-ministro também não», respondeu o primeiro-ministro, rematando que, «se tivéssemos, na sua imagem aquática, a perder o país e afundar-nos, não tinhamos taxas de juro mais baixas. Os nosso parceiros dizem o contrário, por isso não nos iremos afogar».

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Quanto ao clima na coligação, Passos Coelho admitiu que «há dificuldades, elas ocorreram, mas não se escondem as dificuldades no tapete, elas resolvem-se institucionalmente», garantindo que tudo está bem.

De facto, Passos Coelho e Paulo Portas estiveram sentados lado a lado neste debate, que reuniu todo do executivo nas suas quase duas horas de duração - só Vítor Gaspar saiu a meio -, mas, no final, cada um abandonou a sala pela sua porta: Passos pela da esquerda e Portas pela da direita.

Mas antes, no debate, Francisco Louçã apontou ainda que «nunca Portugal foi assaltado desta forma, começa com a TSU, continua com o orçamento», perguntando que esta «medida estapafúrdia da TSU foi aprovada em Conselho de Ministros».

«Toda a modulação que pode apresentar - se hoje não retirar a proposta como o bom senso exigiria - só será emendar», criticou Louçã, continuando: «E não chega vira a brigada do reumático sem generais com cara de enterro cmo não nos tivessmos a afogar. Todo esse jogo é fugir às responsabilidades».

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Mais um caso, talvez, da «tranquilidade serigráfica» que Louçã critica no primeiro-ministro à medida que «corta mais um salário aos trabalhadores e tira aos reformados persistentemente».

«Este Governo não está afogado, este Governo está morto», concluiu o líder do Bloco. Sem tempo para responder, Passos Coelho limitou-se a trocar umas palavras com Miguel Relvas e Paulo Portas, entre risos.

No mesmo debate, Passos Coelho voltou a frisar que o Governo não vai abdicar do caminho seguido, garantindo a «humildade» para testemunhar os sacrifícios dos portugueses e dar-lhes sentido.

Em cima da mesa esteve ainda o cenário de privatização da Caixa Geral de Depósitos, levado para o debate por António José Seguro que garantiu forte oposição a esta medida, assim como às alterações anunciadas pelo Governo à TSU há cerca de duas semanas.

Jerónimo de Sousa, líder do PCP, por sua vez, sublinhou que «se os portugueses quiserem sair da Zona Euro» estão no seu «direito», rejeitando o pagamento de dívida ilegítima, ao passo que o primeiro-ministro respondeu que os portugueses «vivem em democracia e têm escolhido, ao longo dos anos, ficar na União Europeia».

Heloísa Apolónia, do partido Os Verdes, pintou um cenário de mais desemprego, quebra do poder de compra e crise para as empresas em 2013, caso o executivo mantenha as mudanças na TSU, enquanto Passos Coelho disse que «não confunde determinação com intransigência» e garantiu que «os reformados foram poupados».

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