Já fez LIKE no TVI Notícias?

«Proposta de renegociação da dívida vai avançar»

Relacionados

Garantia foi deixada pelo secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, anunciou esta terça-feira que vai apresentar uma proposta de renegociação da dívida pública portuguesa no início dos trabalhos parlamentares após as eleições legislativas de 5 de Junho, escreve a Lusa.

«[O PCP] apresentará logo no início dos trabalhos parlamentares, uma proposta de renegociação da dívida pública portuguesa. Uma proposta que representa uma opção patriótica e de esquerda, uma opção que serve os interesses dos trabalhadores, do povo e do Pais, a única que constitui de facto uma solução para os problemas que o País enfrenta», disse o líder comunista.

PUB

Numa declaração política na sede do PCP no Barreiro, após a aprovação da ajuda financeira a Portugal pelo ECOFIN, Jerónimo de Sousa reafirmou que os juros cobrados pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) «são insustentáveis».

Jerónimo de Sousa defendeu que Portugal deve «renegociar agora [a dívida pública] e não quando o nosso país estiver em piores condições do ponto de vista da sua actividade económica, do seu aparelho produtivo, da sua situação financeira».

«Bastaria olhar para as consequências devastadoras que esta mesma receita está a provocar na Grécia», acrescentou.

Para Jerónimo de Sousa, as conclusões da reunião do ECOFIN, realizada hoje em Bruxelas, «demonstram que o PCP tem razão» e que existe «uma União Europeia a duas ou a três velocidades».

«A actual moeda única e as condições que lhe estão associadas, ao mesmo tempo que são um factor de deterioração da situação económica e social de países como Portugal - com uma recessão já anunciada para os próximos três anos - beneficiam países como a Alemanha, cujas taxas de crescimento são as mais elevadas da União Europeia», frisou.

PUB

«As consequências e impactos diferenciados da União Económica e Monetária ou os efeitos para os povos da feroz guerra cambial entre o dólar e o euro foram ignorados nesta reunião do ECOFIN. Em vez disso, assistimos à valorização do pacto de submissão e agressão que o PS, PSD e CDS forjaram com a União Europeia e o FMI», conclui Jerónimo de Sousa.

Rasgar acordo com a troika

Também esta terça-feira, Jerónimo de Sousa, recusou a possibilidade de viabilizar um novo governo que se proponha executar as políticas previstas no acordo de ajuda financeira da União Europeia (UE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), escreve a Lusa.

«Não peçam ao PCP para avalizar um programa de submissão e de agressão, porque é esse o conteúdo [do acordo de ajuda financeira]», disse o líder comunista.

«Para além da questão da composição, a questão da política que esse governo possa fazer para nós é uma questão primeira e crucial», disse Jerónimo de Sousa, deixando claro que o PCP só admite viabilizar um governo de esquerda e desde que o PS «rasgue» o compromisso assumido com a EU e com o FMI.

O secretário-geral do PCP, que falava aos jornalistas durante uma acção de propaganda à entrada da Autoeuropa, afirmou ainda que o «programa da "troika" estrangeira é um programa de ferro, que na sua matriz, no plano económico, social, financeiro e das relações laborais, constitui de facto uma agressão aos trabalhadores portugueses».

Questionado sobre a possibilidade do Presidente da República indigitar um primeiro-ministro que não pertença ao partido mais votado, Jerónimo de Sousa lembrou que «o principal decisor é o povo».

PUB

Relacionados

Últimas