O líder parlamentar do PS diz que há «uma tentativa de manipular a rua para a pôr contra o Parlamento e contra as instituições».
«Um elemento perigoso que vem associado a este encaminhamento para uma opção populista é a tentativa de manipular a rua contra as instituições da democracia representativa», disse o líder parlamentar do PS.
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«Uma coisa é respeitarmos o que dizem as pessoas lá fora e compreendermos as suas angústias e sofrimentos. Outra coisa, totalmente inaceitável é manipular a rua para a pôr contra o Parlamento e contra as instituições da nossa democracia representativa. Foi muitas vezes assim que surgiram alguns dos maiores pesadelos do século XX», disse.
Durante a discussão da moção de censura do Bloco de Esquerda, Francisco Assis, acusou o BE de ser «um partido radical de uma esquerda dogmática, fechada, e que poderá ter, se não a combatermos, a missão histórica do regresso da direita ao poder em Portugal».
«O século XX ficou marcado pela discussão entre as várias esquerdas, mas se há lição que se pode tirar é que o Estado social avançou quando a esquerda moderada ganhou e a esquerda radical perdeu».
Para o líder parlamentar do PS, «três palavras resumem esta moção de censura: oportunismo, sectarismo e irresponsabilidade».
«Esta moção começou por ser contra o PCP porque o PCP tinha manifestado intenção de apresentar uma moção e o BE antecipou-se», afirmou, para explicar o «oportunismo».
«Vivemos tempos complexos na Europa, e por isso não está só em causa um modelo de Governo», afirmou Francisco Assis. «Na Europa há um caldo de culturas que pode pôr em causa o nosso modelo de sociedade e de economia de mercado. E esta ameaça tanto pode vir da extrema-direita como da extrema-esquerda. E ela assenta sobretudo na forma simplista de apresentar a realidade», disse, acusando depois o BE de ter essa visão simplista da realidade portuguesa.
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