O secretário-geral do PS defendeu esta quarta-feira que a União Europeia e o Governo português devem «arrepiar caminho» e apostar num rumo «diferente» para consolidar as contas públicas, que «combine um pouco de austeridade com aposta no crescimento económico».
«É altura, tanto a nível da União Europeia, como do Governo português, de se arrepiar caminho», porque «há um caminho diferente para consolidar as contas públicas, que combine um pouco de austeridade com aposta no crescimento económico», afirmou António José Seguro.
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O líder socialista falava aos jornalistas em Campo Maior à margem de uma visita às instalações da empresa Delta Cafés, do Grupo Nabeiro, no âmbito do seu «Roteiro em Defesa do Interior».
Questionado sobre as declarações do Presidente da República à TSF, em que Cavaco Silva criticou o excessivo protagonismo das agências de rating, António José Seguro corroborou da opinião do chefe de Estado, afirmando que existe uma «total submissão».
«Eu não diria alguma submissão, eu diria mesmo total submissão», acentuou.
Considerando que a Europa «deve falar menos e agir mais», o secretário-geral do PS recordou que, «desde que a crise da dívida soberana surgiu, a União Europeia realizou mais de 18 conselhos europeus e em cada um deles disse que aquele é que era o conselho decisivo».
«Aplicou receitas, que a meu ver foram tardias e erradas, e os resultados estão à vista: aumentou o desemprego e a economia tem vindo a diminuir», disse.
Referindo que, há seis meses, as previsões para a Zona Euro «eram de um crescimento positivo e, neste momento, são de queda», António José Seguro frisou que o mesmo cenário tem acontecido em Portugal.
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«O Governo tem aplicado uma receita em dose superior à que foi aplicada na Zona Euro e a prova está à vista: no último trimestre de 2011, tivemos a maior taxa de sempre de desemprego e tivemos uma quebra do Produto Interno Bruto (PIB) muito grande», salientou.
Ao longo do dia de hoje, o líder socialista deslocou-se aos concelhos de Avis, Alter do Chão, Portalegre, Campo Maior e Elvas, continuando o Alentejo, na quinta-feira, a ser «palco» do roteiro, mas desta vez incidindo nos distritos de Beja e de Évora.
António José Seguro desafiou também o Governo a olhar com «olhos de ver» para os problemas do interior do país, porque as populações que vivem nestas regiões sofrem uma «dupla penalização».
«Só em Campo Maior (fábrica da Delta Cafés) trabalham 1.500 pessoas», enalteceu, aproveitando a ocasião para chamar à atenção dos investidores privados, para que invistam no interior.
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