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Voto contra Mandela: «Haveria razões de Estado», diz Machete

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Portugal, cujo primeiro-ministro era então Cavaco Silva, foi um dos três países que votou contra na Assembleia Geral das Nações Unidas que aprovou com 129 votos um apelo para a libertação de Mandela

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse, nesta sexta-feira, não se recordar das razões que presidiram ao voto contra de Portugal em 1987 na Assembleia Geral das Nações Unidas para uma resolução sobre o «apartheid» e para a libertação de Nelson Mandela, que morreu quinta-feira, aos 95 anos.

Ana Gomes recorda que Portugal votou «vergonhosamente» do lado do apartheid

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«Penso que nesse caso não estava em causa a figura de Mandela, haveria razões de Estado que neste momento não posso precisar. (...) Não sei dizer quais as razões que presidiram a esse voto», afirmou, depois de questionado pelos jornalistas, no Parlamento, sobre as críticas de PCP e BE à votação de Portugal, cujo primeiro-ministro era então Cavaco Silva.

Em 1987, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, com 129 votos, um apelo para a libertação incondicional de Nelson Mandela. Os três países que votaram contra foram os Estados Unidos da América, de Reagan, a Grã-Bretanha, de Thatcher, e o governo português, liderado pelo atual Presidente da República.

Relativamente ao funeral de Nelson Mandela, Rui Machete adiantou que o Governo vai estar presente «ao mais alto nível» nas cerimónias, assinalando que «ainda não está decidido quem do executivo se deslocará à África do Sul.

O ministro contou também que houve «unanimidade» no Governo no decreto de três dias de luto nacional pela morte de Nelson Mandela.

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PCP e BE lembraram este episódio no Parlamento. No período reservado às intervenções dos partidos, o deputado comunista António Filipe defendeu que «a reconciliação pela qual Mandela tanto lutou não pode ter ocultação da história, porque a história tem que ser conhecida precisamente para que não se repita».

«Em 1987, quando a Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou uma resolução exigindo a libertação incondicional de Nelson Mandela, essa resolução teve 3 votos contra, apenas três votos contra, esses votos contra foram dos Estados Unidos, de Ronald Regan, do Reino Unidos, de Margaret Thatcher, e de Portugal, de Cavaco Silva», afirmou.

No mesmo sentido, a deputada do BE Helena Pinto afirmou que «em 1987 Portugal esteve do lado errado, votou contra a libertação incondicional de Nelson Mandela».

A deputada bloquista sublinhou, tal como António Filipe havia feito, que o antigo presidente da África do Sul e líder histórico do ANC foi condenado a prisão perpétua, tendo estado preso 27 anos, «considerado terrorista, porque, pela liberdade e pela dignidade do seu povo, nunca hesitou, nem mesmo quando foi preciso pegar em armas».

Os deputados do PCP e do BE foram aplaudidos por uma parte substancial dos deputados da bancada do PS.

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