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TGV: Rave estuda melhorias ao traçado na zona da Ota

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«É impossível construir 290 quilómetros de linha nova sem afectar populações»

A Rave, empresa responsável pelos estudos da alta velocidade ferroviária em Portugal, está a estudar melhorias ao traçado do TGV na zona da Ota, uma possibilidade aberta pela provável localização do novo aeroporto em Alcochete.

«Estamos a estudar uma optimização do troço na zona da Ota, Alenquer, numa extensão de cerca de 20 quilómetros», disse à «Lusa» o administrador da empresa Carlos Fernandes, admitindo que a implantação da linha poderá ter uma variação de alguns quilómetros em relação ao inicial.

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O alinhamento melhor para o comboio de alta velocidade era um pouco mais a nascente do que estava estabelecido, mas a provável implantação do aeroporto na localidade levou a desviar esse traçado.

Agora, com a mudança para Alcochete, deixa de fazer sentido a existência de uma estação de TGV na Ota e o traçado pode retomar o seu «percurso natural», que passará a três ou quatro quilómetros da localidade.

Minimizar impactos

Estas alterações poderão permitir a redução de alguns impactos da passagem do TGV na zona, já que como afirmou Carlos Fernandes, a Rave «está permanentemente a trabalhar para encontrar soluções melhores, para optimizar».

Tal como no troço seguinte, que vai da zona a Norte da Ota até Pombal, numa extensão de cerca de 100 quilómetros e no qual Carlos Fernandes espera ainda conseguir minorar os impactos, que passam, entre outros, por expropriações de habitações.

O traçado Alenquer/Pombal, que recentemente obteve uma avaliação de impacto ambiental positiva, vai afectar cerca de seis habitações em duas localidades do concelho de Pombal, Assanha da Paz e Barros da Paz, já que o comboio de alta velocidade vai passar entre as duas aldeias, disse Carlos Fernandes.

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Este troço (fundamental para o eixo TGV entre Lisboa e Porto) foi estudado durante anos, em diferentes alternativas, por diversos especialistas e a solução encontrada foi, «sem dúvida, a melhor também para as populações», considerou Carlos Fernandes.

«Tem alguns impactos negativos, mas são os menores que conseguimos encontrar», afirmou o administrador.

«Mesmo assim, vamos continuar a trabalhar para minorar as contrariedades para as populações, restabelecendo todas as estradas que existem, utilizando barreiras sonoras sempre que aconselhável», garantiu.

Como exemplo dessa «optimização permanente», Carlos Fernandes apontou o caso do concelho de Alcobaça, «sem dúvida, o mais afectado pelo traçado do TGV», mas no qual foi possível minorar as desvantagens.

«Conseguimos que apenas 30 habitações fossem afectadas, quando começaram por ser centenas», disse Carlos Fernandes.

«É impossível construir 290 quilómetros de linha nova sem afectar populações», considerou, lembrando ainda as limitações de carácter orográfico ou as necessidades do país.

Nesse troço, as populações e autoridades locais têm reclamado uma alteração do traçado que levasse a linha para poente da Serra dos Candieiros, em vez de contornar pelo lado nascente.

«Se respondessemos a essas reclamações, a linha de alta velocidade deixava de servir Leiria, uma das zonas do país com maior actividade económica».

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