As tarifas da água vão ter que aumentar para alguns clientes da Águas de Portugal, adiantou o presidente da instituição, Pedro Serra.
Reagindo ao relatório de uma auditoria levada a cabo pelo Tribunal de Contas (TC) e que faz críticas ao desempenho e actuação da AdP, Pedro Serra admitiu que algumas das empresas do Grupo estão em «situação fortemente deficitária», apesar de negar uma situação económico-financeira débil global, ao contrário do que refere o TC.
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É essa a razão que justifica, para o gestor, uma subida das tarifas.
«Alguns contratos estabelecidos previam determinados investimentos e consumos e que a remuneração fosse através das tarifas. Havendo um afastamento dessa realidade (...) terá que haver uma revisão desses contratos».
«Nalguns casos, haverá aumentos tarifários. Estamos a trabalhar muito intensamente para ter essa questão resolvida, até final do ano, com o regulador», referiu o mesmo, sem avançar a percentagem e para quem se há-de reflectir esta subida.
Prazos de concessão podem ser alargados
No entanto, Pedro Serra sublinhou que estes desvios tarifários poderão ser corrigidos também através de outras vias, nomeadamente com a optimização do modelo de negócio, prazos de concessão mais dilatados (entre 10 a 20 anos) e conseguindo que as autarquias procedam aos investimentos necessários.
O presidente da AdP diz assim que «há falta de investimento» por parte das câmaras, uma situação em que assume que a empresa pode ser «mais pró-activa no sentido de levar as autarquias a resolver essas dificuldades».
Relativamente às dívidas que os municípios têm para com o Grupo, o responsável refere que é uma situação que «causa desconforto», até porque quase todos são accionistas, mas que é ultrapassável, bem como «não representa um obstáculo para a boa gestão».
Pedro Serra realça ainda que, em 2007, foram recuperados 50 milhões desta dívida e que os restantes 250 milhões já foram, na sua maior parte, entretanto, contratualizados.
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