O Banco Central Europeu (BCE) deve descer quinta-feira a taxa de juro de referência da Zona Euro e preparar o mercado para novos cortes nos próximos meses, segundo a generalidade dos analistas ouvidos pela «Lusa».
O presidente do BCE, na semana passada, «admitiu quase explicitamente» que na quinta-feira iria haver um novo corte da taxa, disse Tiago Lavrador, analista do BES.
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A «grande debilidade económica» e o corte das expectativas da taxa de inflação justificam um novo corte de taxas, segundo o mesmo analista, que admite que até meados de 2009 o preço do dinheiro deve baixar para os 2,0 por cento.
A taxa de inflação da Zona Euro recuou em Outubro 0,4 pontos percentuais, para 3,2 por cento, o valor mais baixo em nove meses, mas ainda acima do objectivo de longo prazo dos 2,0 por cento do BCE.
Teresa Gil Pinheiro, analista do BPI, prevê que até Março a taxa de referência baixe para 2,0 por cento, devendo haver já um novo corte em Dezembro (poderá ser de 0,25 ou de 0,5 pontos percentuais).
Na quinta-feira, o presidente do BCE deve justificar o corte de taxas com o abrandamento da taxa de inflação, segundo Teresa Gil Pinheiro, fazendo eventualmente uma referência ao facto do abrandamento económico aliviar as pressões inflacionistas.
José Maria Brandão de Brito, analista do BCP, admite que Jean-Claude Trichet poderá tentar «gerir o discurso» evitando mesmo referir-se às pressões inflacionistas e deixando a porta aberta a mais cortes (até meados de 2009 a taxa de referência do BCE deve baixar até aos 1,5 por cento, segundo este especialista).
Só em Dezembro é que o BCE apresenta as suas previsões de crescimento, mas o cenário de recessão é cada vez mais provável, notou o mesmo especialista do BCP.
A reunião de Dezembro do BCE está agendada para o dia 4.
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