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Crise já obriga pequenas oficinas automóveis a fechar

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O sector das reparações automóveis está também em crise e muitas das empresas mais pequenas foram já obrigadas a fechar portas.

Quem o diz é o presidente da Associação Nacional das Empresas de Comércio e Reparação Automóvel (ANECRA), António Ferreira Nunes, em declarações à «Agência Financeira».

«Esta crise do sector das reparações reflecte também a queda das vendas de automóveis», diz, explicando que «o número de veículos descontinuados (que saem de circulação) é superior ao número de veículos vendidos».

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«Existem muitos pequenos reparadores a fechar portas», afirma. A crise faz-se sentir sobretudo «no segmento de colisão, ou seja, nos trabalhos de bate-chapa e pintura, devido à quebra da sinistralidade».

Mas também na área da mecânica propriamente dita se sente a queda do negócio. Aqui, além da crise económica que o país atravessa e que deixa os portugueses com dinheiro a menos e dívidas a mais, a causa prende-se com o «aumento da qualidade dos produtos automóveis fazem com que as revisões sejam cada vez mais espaçadas».

No que se refere aos preços, o aumento da concorrência é apontado como o factor que trava as subidas. A impedir que os consertos e revisões dos carros se tornem mais baratos estão factores como «o aumento da inflação, que sempre é de 2 ou 3% ao ano, e que nós não podemos evitar, e os custos sociais que as empresas têm e que tornam os custos com mão-de-obra elevados.

Empresas de reparações rápidas: mais baratas

Um segmento que tem vindo a ganhar peso no sector das reparações automóveis é o das oficinas de reparações rápidas, como as das cadeias Midas ou Precision.

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Estas «oficinas de serviços rápidos, que têm aparecido no País, estão abertas aos fins-de-semana, à noite, etc., e que acabam por roubar clientes às oficinas mais tradicionais», explica o presidente da ANECRA.

António Ferreira Nunes explica que estas empresas têm conseguido afirmar-se também pelos baixos custos que apresentam.

Poucos portugueses fazem as revisões ao carro sozinhos

Quando questionado se a crise estava a desviar os portugueses das oficinas e a levá-los a fazerem, eles próprios, as pequenas reparações e revisões nos seus veículos, o presidente da ANECRA foi peremptório: «esse segmento não tem muita expressão, não há muita gente a fazer bricolage nos carros por conta própria».

Fuga ao fisco incalculável

O sector das reparações automóveis costuma ser apontado como um dos que apresenta maior incidência de fuga ao Fisco. Aquilo a que António Ferreira Nunes chama de «mercado secundário ou clandestino» tem uma dimensão que nem mesmo a associação do sector consegue calcular. A dificuldade é tanto maior quando nem sequer a dimensão do scetor é conhecida.

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«As Finanças têm cerca de 24 mil empresas registadas neste sector, nós calculamos que não sejam muitas mais de 7 ou 8 mil, o que significa que existem muitos funcionários das oficinas que, ao fim-de-semana ou nas horas livres se dedica a fazer serviços e estão registados nas Finanças», considera.

E aponta mesmo o dedo aos consumidores pela proliferação das chamadas «oficinas de vão de escada»: «tem a ver com a escolha do consumidor, que não se importa com a qualidade do serviço», diz.

Quanto à fuga ao fisco no sector, diz, «compete às autarquias fiscalizar se as empresas cumprem ou não os requisitos legais, nomeadamente em termos de licença, e também à Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE)».

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