[ Notícia actualizada, dia 8/5, às 17:26, com nova posição da Lactogal]
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) reagiu esta quinta-feira à ameaça feita por produtores de leite que, alarmados com a baixa de preço, ponderam retirar o leite estrangeiro das grandes superfícies.
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Em resposta, a entidade diz que os produtores «erram o alvo da sua contestação», na medida em que as empresas de distribuição se assumem como «parceiros e aliados privilegiados da produção nacional».
«O verdadeiro problema do sector do leite radica antes num grau de concentração muito elevado, com a gigante Lactogal a assumir uma posição dominante e monopolista ao apresentar uma quota de compras superior a 70 por cento aos produtores portugueses», refere a APED numa nota explicativa.
Sobre a baixa de preço, desde o final do ano e segundo dados citados do Instituto Nacional de Estatística, o preço pago pela Lactogal aos produtores baixou cerca de 30%. Enquanto que, para os retalhistas e consequentemente para o consumidor, se limitou a baixar 10% do preço.
«Quem terá ficado com este valor? Foi naturalmente a Lactogal», alerta a APED.
Produtores de leite portugueses recebem mais que europeus
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Dimensão da Lactogal prejudica transparência e défice competitivo
As empresas de distribuição acrescentam que não têm obtido lucros directos resultante da venda de leite nas suas lojas, e acomodaram «a degradação das condições de fornecimento do leite e impedindo maiores prejuízos para as famílias portuguesas».
Os associados da APED acreditam, porém, que possa não ser essa a visão dos pequenos produtores de leite portugueses, confrontados com o aumento generalizado dos custos da energia, das matérias-primas e de todos os demais factores de produção.
«Ao invés, a fileira do leite em Portugal é caracterizada por uma grave falta de transparência e por um acentuado deficit competitivo sendo dominada por um operador praticamente único, com dimensão e interesses ao nível do mercado ibérico», volta a referir a APED:
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De acordo com a A.C. Nielsen, em 2008, a Lactogal respondia por uma quota de 64% no mercado de leite.
Neste contexto, e sentindo-se impedidas de cumprir com os compromissos de serviço perante os clientes, as empresas de distribuição reconhecem que são obrigadas a procurar leite no exterior, «com preços e condições de entrega que as empresas portuguesas de recolha, processamento e embalagem não lhe facultam por força do actual monopólio».
À Agência Financeira, fonte da Lactogal disse que não comenta as acusações para já.
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