«Na véspera de fazer a declaração ao Jornal de Notícias, no final de Julho, de apoio a Mário Soares, José Sócrates propôs um almoço a três, mas com uma condição: no final eu faria uma declaração abrindo o caminho à candidatura de Mário Soares», disse Manuel Alegre à Agência «Lusa».
Manuel Alegre adiantou que não aceitou participar nesse almoço por ter sido proposto «nesses termos».
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«Não sei se Mário Soares sabia ou não disso», acrescentou, ao reagir a declarações do candidato a Belém apoiado pelo PS, que afirmou hoje à Rádio Renascença que esteve agendado um almoço entre si, Sócrates e Alegre para discutir as presidenciais, às quais o actual vice-presidente do Parlamento não compareceu.
Um dia antes de José Sócrates ter manifestado o seu apoio e o do PS a uma candidatura de Mário Soares às presidenciais de 2006, Manuel Alegre disponibilizou-se publicamente para concorrer a Belém com o apoio do partido.
«Tanto quanto sei houve uma proposta do primeiro-ministro para nos sentarmos os três a uma mesa e almoçarmos juntos. Parece que Manuel Alegre achou que não era útil», afirmou Mário Soares à Rádio Renascença.
«A questão entre o PS e o Manuel Alegre não me diz respeito», disse ainda o candidato presidencial.
Mário Soares contestou desta forma críticas feitas pelo socialista João Cravinho ao secretário-geral do PS, por este ter permitido um diferendo sobre as presidenciais e não ter promovido um encontro a três de reconciliação.
Depois de várias semanas sem esclarecer se iria ou não disputar as presidenciais de 2006, Manuel Alegre deu a entender no final de Agosto que não será candidato, mas criticou a recandidatura de Soares ao primeiro órgão de soberania do Estado.
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