O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, disse esta segunda-feira que os documentos que foram recusados à comissão parlamentar do Banco Português de Negócios (BPN) mostram que a supervisão funcionou como deve de ser.
«Muitos desses documentos provam o zelo, a vigilância e a intensidade das inspecções ao BPN ao longo dos anos», disse Constâncio na audição que decorreu esta segunda-feira no Parlamento.
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Rigor não impede fraudes
O governador explicou que houve documentação que não foi entregue pelo BdP à comissão por respeito à lei do sigilo profissional. A recusa na transmissão da informação não foi, segundo Vítor Constâncio, «por falta de respeito e, ainda muito menos, com qualquer espírito de proteger o que quer que fosse».
«Tínhamos de cumprir a lei», sustentou, assumindo que o acto era uma obrigação, um dever com consequências penais. Constâncio esclareceu mesmo que, a certa altura, «não era do nosso interesse continuar a invocar o interesse do segredo profissional».
Além disso, o responsável lembrou que «os termos em que esta comissão pediu esses documentos, não eram os correctos» e disse que supervisão «pode ter sido exercida com todo o zelo, com todo o rigor e, mesmo assim, não descobrir essas fraudes».
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