A «esmagadora maioria» das autarquias continua a pagar com «atrasos substanciais» às empresas de construção, demorando em média 7,1 meses a liquidar as dívidas, quando o prazo legal é de dois meses, denunciou esta quarta-feira a federação do sector, avança a «Lusa».
Tendo por base os dados do seu inquérito semestral do Outono de 2007, a Federação Portuguesa dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (FEPICOP) refere, contudo, ter-se registado «uma ligeira melhoria» nos prazos de pagamento das obras públicas.
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Segundo a federação, as autarquias mais mal pagadoras são Cabeceiras de Basto, Castelo de Paiva, Figueira da Foz, Lisboa, Santa Maria da Feira e São Pedro do Sul, demorando mais de 15 meses (e, nalguns casos, mesmo mais de dois anos) a acertar contas com as empresas de construção.
Já as mais cumpridoras, que liquidam os seus compromissos financeiros em menos de um mês e meio, são Castelo de Vide, Pampilhosa da Serra, Sabugal, Alcácer do Sal, Albufeira, Lagoa e Lagos.
Metade paga com atraso superior a 6 meses
Globalmente, cerca de metade das câmaras portuguesas paga num prazo superior a seis meses.
De acordo com a FEPICOP, o inquérito semestral de Outono conseguiu obter informações sobre os prazos de pagamento de 283 autarquias (92 por cento do total), o que permitiu individualizar os prazos para 135 autarquias «com elevado grau de confiança».
«Verifica-se, pela primeira vez desde a Primavera de 2005, uma ligeira melhoria do prazo que, face ao inquérito anterior, se reduz em cerca de 15 dias. Contudo, analisando os piores prazos médios declarados, constata-se que das 135 autarquias apuradas, 20 liquidam as suas dívidas a empresas de construção num prazo superior a um ano», adianta.
Segundo a federação, apenas 38 autarquias cumprem os seus compromissos financeiros num prazo inferior a três meses.
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