Os sindicatos alemães exigiram que a chanceler Angela Merkel se comprometa a salvar a Opel, por ocasião da sua visita, esta terça-feira, à fabrica-mãe, em Ruesselsheim (Hessen), e propuseram, em troca, aceitar reduções nos salários.
«Angela Merkel não pode deixar morrer a Opel», disse Detlef Wetzel, vice-presidente do Sindicato Alemão dos Metalúrgicos (IG Metall), ao jornal Westdeutsche Allgemeine, avançou a Lusa.
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Demissão rende mais de 20 milhões a ex-presidente da GM
«A chanceler tem de decidir se quer só ajudar os bancos ou também quer ajudar a economia real, de que a Opel é um símbolo», acrescentou o dirigente sindical.
O IG Metall exige que o estado dê garantias bancárias à Opel, se for encontrado um investidor, após a separação da casa-mãe, a norte-americana General Motors, que depende da concessão de ajudas do governo para sobreviver.
O presidente norte-americano Barack Obama recusou na segunda-feira o plano de reestruturação da Opel, que considerou insuficiente, e deu um prazo de dois meses à nova direcção chefiada por Fritz Hendersen, para apresentar nova proposta.
Logo que foi conhecido o veto presidencial ao anterior plano de reestruturação, o anterior administrador executivo da general Motors, Rick Wagoner, apresentou a demissão.
Emprega 26 mil na Alemanha
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A General Motors detém as patentes da Opel, que emprega 56 mil trabalhadores na Europa, 26 mil dos quais na Alemanha.
ngela Merkel decidiu visitar a fábrica de Ruesselsheim , perto de Frankfurt, que tem 18 mil trabalhadores, «para se inteirar da capacidade de produção da Opel», disse em Berlim um porta-voz do executivo.
Os operários da Opel, por seu turno, esperam que a chanceler garanta ajudas do Estado para manter a tradicional marca alemã, que foi comprada em 1929, no auge da Grande Depressão,pela General Motors.
Entretanto, o IG Metall e a Comissão de Trabalhadores da Opel declararam que aceitarão salários inferiores aos previstos nos contratos colectivos, em troca da renúncia a despedimentos, de uma maior autonomia face á general Motors e de ajudas do Estado.
Observadores consideram, porém, que Angela Merkel, que irá debater a questão da Opel com o presidente norte-americano Barack Obama, sexta-feira, em Baden-Baden, à margem da cimeira da NATO, deverá esperar pela evolução dos acontecimentos na General Motors, antes de se comprometer com eventuais apoios.
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