A maior cervejeira britânica Scottish & Newcastle Plc (S&N) reforçou a ideia de que não está receptiva à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo consórcio da Carlsberg/Heineken. Desta vez, a inglesa veio dizer que mesmo se a oferta for ligeiramente superior ao valor actual é pouco provável que seja atractivo para os seus accionistas.
«É pouco provável que uma oferta ligeiramente superior seja atractiva», referiu o presidente executivo da S&N, John Dunsmore. O responsável vem assim, mais uma vez, afastar a hipótese de sucesso da operação.
PUB
Recorde-se que a Carlsberg/Heineken fez uma oferta inicial em Outubro (720 pences por acção), rejeitada pela S&N. Em Novembro, o consórcio aumentou o preço oferecido para os 750 pences (10 euros) por cada título em dinheiro ou 7,3 mil milhões de pounds (9,8 mil milhões de euros). Um valor que acabou por ser também recusado. A Carlsberg/Heineken ficou sujeita a apresentar a sua oferta formal até ao próximo dia 21 de Janeiro.
O que é certo é que, caso este negócio vá para a frente, poderá ter implicações no mercado nacional, uma vez que a Carlsberg é detentora de 44 por cento da Unicer (dona da Super Bock) e a Central de Cervejas (dona da Sagres) é detida a 100% pela Scottish.
No entanto, o consórcio já veio referir que, caso esta operação avance, não será aplicada em todos os mercados e será analisada caso a caso. Desta forma, o novo modelo não actuaria em Portugal, uma vez que originaria problemas de concorrência.
Mas a concretizar-se, estará fora da esfera de actuação da Autoridade da Concorrência (AdC). Lembre-se que, no passado mês de Dezembro, a Agência Financeira, contactou fonte da AdC que garantiu que esta operação «terá que ser aprovada pelo regulador da Concorrência, mas tratar-se-á de uma operação de âmbito comunitário pelo que a competência não é da AdC, mas da Comunidade Europeia».
PUB