A comissão parlamentar de Economia e Finanças vai ouvir o governador do Banco de Portugal e o presidente da CMVM sobre as investigações ao BCP nos dias a seguir à assembleia-geral do banco, marcada para terça-feira, avança a «Lusa».
«O governador do Banco de Portugal mostrou já disponibilidade em se deslocar à comissão, dia 16 deste mês», com o objectivo de falar sobre a supervisão do sistema bancário e acerca dos «eventuais ilícitos criminais» ocorridos no Banco Comercial Português (BCP) em 2000 e 2001, disse o presidente da comissão de Orçamento e Finanças, Jorge Neto.
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Além disso, o deputado social-democrata ficou ainda mandatado para pedir ao presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, uma audição, a realizar eventualmente a 17 de Janeiro, para conhecer a posição do regulador do mercado de capitais.
O desafio para convocar Carlos Tavares para uma audição na comissão parlamentar da especialidade foi feito pelo socialista Vítor Baptista, sugestão que foi integrada na proposta do CDS-PP e mereceu a concordância dos restantes partidos.
O PS considera que «não há ligação» entre a ida do governador do Banco de Portugal ao Parlamento «e a assembleia-geral do BCP» e que quem pretende politizar a situação no maior banco privado português «é o PSD».
Já o PSD, acusou os socialistas de «impedirem o ministro das Finanças de se deslocar, por duas vezes, à comissão parlamentar» para falar na qualidade de coordenador das autoridades de supervisão bancário e do mercado de capitais.
O ministro das Finanças será ouvido na comissão parlamentar a 13 de Fevereiro, mas falará sobre a Conta Geral do Estado, sobre evasão fiscal, não se sabendo se abordará qualquer questão sobre supervisão do sistema bancário.
A proposta de audição do ministro das Finanças apresentada pelo PCP sobre a evolução da situação financeira mundial e as suas consequências na economia portuguesa foi aprovada por unanimidade na comissão parlamentar.
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