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OPA do BCP sobre BPI fecha balcões e despede pessoal

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A Comissão de Trabalhadores (CT) do BPI ainda não tem uma posição oficial tomada, até porque ainda não foi oficialmente informada da OPA do BCP. O coordenador da CT, António Oliveira Alves, disse, no entanto, à «Agência Financeira», temer despedimentos, nomeadamente nos balcões, uma vez que os dois bancos têm muitos balcões situados quase «lado a lado».

A Comissão está a tentar falar com a Administração do banco, nomeadamente o seu presidente, Fernando Ulrich. Para já, mostra-se «preocupada», até porque, como lembra o seu representante, «tem já alguma experiência no que toca a fusões». Recorde-se que o Banco BPI resulta da junção a três bancos: o Banco Fonsecas e Burnay, o Banco Borges e Irmão e ainda o Banco de Fomento Exterior.

«Sabemos que estas operações criam sempre mossas nas relações de trabalho, podendo ser através das reduções de tesouraria e de pessoal, ou mesmo através das aposentações antecipadas», diz. No Banco BPI os processos de reformas antecipadas terminaram em maço do ano passado e, desde então, não têm existido mais aposentações antecipadas, exceptuando casos muito pontuais. Já no BCP, diz, esse tipo de situação mantém-se.

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Quando questionado sobre o número de despedimentos que teme, o coordenador diz ser «ainda difícil avançar um número. O BCP tem cerca de 11 mil colaboradores, o BPI menos de 6.500. Nos serviços centrais, pensamos ser possível que a grande maioria das pessoas continue a ter trabalho, mas nos balcões isso pode já não ser verdade». É que, como refere, os dois bancos têm, em muitas localidades, balcões situados quase «lado a lado» ou «na mesma rua. Alguns vão ter de fechar», admite.

Para o responsável, esta é uma má notícia, não só para os colaboradores, mas também para os clientes. «O número de clientes mantém-se (somando os de um banco e do outro), mas o número de balcões vai reduzir-se, porque alguns fecham. Há menos concorrência e as pessoas têm menos por onde escolher», alerta.

BCP pode ter melhores condições para os funcionários

Claro que a prioridade desta comissão é «proteger os direitos dos trabalhadores, para que não sejam calcados por negociatas que costumam ocorrer neste tipo de situação». Estão «intranquilos e expectantes», mas «prontos a lutar pelos seus direitos», avisa António Oliveira Alves.

Neste campo, além das «dispensas», a comissão teme outro tipo de mudanças. É que muitas coisas diferem de um banco para o outro. «Os dois bancos têm dois contratos colectivos de trabalho diferentes. O BPI adoptou o modelo da Associação Portuguesa de Bancos (APB) enquanto o BCP tem um contrato de empresa», explica. Se «inicialmente o acordo do BCP era mais favorável, com as alterações introduzidas desde então, agora já não é muito melhor», considera.

Entre as vantagens, o coordenador frisa o seguro de saúde Medis, que os trabalhadores do BCP têm em acréscimo ao subsistema de saúde do sector, o SAMS. Além disso, «o BPI quer transferir para a Segurança Social não só os novos trabalhadores mas também todos aqueles que estão já no activo, enquanto o BCP respeita os direitos dos mais antigos. O BCP está a pagar um complemento às reformas, no valor de 7% do vencimento do funcionário, o que garante a manutenção dos seus direitos. Aliás, o BPI quer fazer coisas que nunca vai conseguir na negociação colectiva, como fazer despedimentos», denuncia.

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