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Fuga para Espanha deixa empresas nacionais sem mão-de-obra

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Garante o sindicato do Norte

O Sindicato da Construção do Norte alertou esta quarta-feira para a fuga de trabalhadores do sector para Espanha o que está a deixar as empresas portuguesas sem mão-de-obra.

«Uma série de empresas vieram aqui ao sindicato para tentar recrutar trabalhadores», revelou à agência «Lusa» o presidente do sindicato, Albano Ribeiro.

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Segundo o responsável, algumas das empresas que contactaram o sindicato pretendiam contratar «centenas e centenas de trabalhadores. Só uma (empresa) queria mais de 250», frisou o sindicalista.

Albano Ribeiro sublinhou que o sindicato contactou alguns dos seus associados, a trabalhar em Espanha, mas que nenhum se disponibilizou para regressar.

«Eles não querem regressar, preferem trabalhar lá apesar da situação difícil do sector, que se vai agudizar ainda mais por causa da xenofobia», considerou Albano Ribeiro.

Para o dirigente sindical, a causa da actual situação (fuga de trabalhadores) é «a política dos baixos salários praticados no sector em Portugal».

530 euros cá para 1200 no nosso vizinho

«Um operário qualificado de primeira aufere, no nosso pais, 531,50 euros, enquanto em Espanha um trabalhador a desempenhar as mesmas funções ganha 1200 euros», disse.

O sindicalista entende por isso que não seja «estimulante» para os trabalhadores portugueses regressarem, porque «mesmo ganhando bem menos que os espanhóis auferem muito mais do que em Portugal».

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Menos 120 mil trabalhadores em 5 anos

Esta situação levou a que, segundo frisou, «nos últimos cinco anos, saíssem mais de 120 mil trabalhadores para fora do país, grande parte dos quais para Espanha».

A «Lusa» diz ainda que o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e Obras Públicas do Norte alertou ainda para uma eventual «grande escalada de xenofobia» em Espanha, sobretudo na zona da Galiza, «onde estão mais trabalhadores portugueses na construção».

Para prevenir estas situações, o sindicato vai pedir uma reunião com o presidente da Junta da Galiza e envolver no processo as inspecções do trabalho dos dois países.

Albano Ribeiro quer também promover em Portugal uma grande interacção com os parceiros sociais porque, defende, «os trabalhadores da construção não podem continuar a trabalhar por 530 euros mensais».

«Vamos fazer uma proposta às entidades patronais para que, em vez de 530 euros, os trabalhadores passem a ganhar no mínimo 800 euros em Portugal», anunciou.

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