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Construção: «Temos grandes riscos de perder mercados africanos»

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Empresários do sector falam sobre o caminho a traçar para a recuperação do sector

Os responsáveis da construção consideram a internacionalização das empresas portuguesas um factor chave para se iniciar uma recuperação do sector.

Para além de um mercado nacional sólido, os especialistas também acreditam que são precisos movimentos de consolidação ou especialização e alertam para o risco de Portugal poder vir a perder o mercado africano.

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«O primeiro factor crítico para o sucesso da internacionalização é a existência de um mercado nacional sólido. O segundo é a consolidação ou especialização. É uma questão interna ainda que da exclusividade dos empresários», afirmou o chairman da Mota-Engil, António Mota, num seminário, organizado pela Ordem dos Engenheiros, sobre a construção em Portugal e Espanha.

Os pilares são os mesmos para o presidente executivo da OPWAY Engenharia, Jorge Grade Mendes. «a resposta à grave e prolongada crise no sector está em aquisições e fusões; diversificação de actividades e internacionalização», referiu.

Quanto a mercados de eleição, as escolhas dos responsáveis também são coincidentes: Espanha e África.

Para Grade Mendes, as empresas nacionais até têm «ignorado o potencial do mercado ibérico». Já o presidente da Mota-Engil chama a atenção para o mercado africano face à estratégia da indústria chinesa, que tem vindo a aumentar exponencialmente a sua presença neste Continente. «Temos riscos enormes de vir a perder capacidade de intervenção nos mercados africanos, nomeadamente em Angola», disse.

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Portugal não tem consolidação

Outros mercados como a Europa Central, países do Magreb e produtores de petróleo, Índia ou América Latina, «são para esquecer» uma vez que considera que Portugal não tem dimensão suficiente para concorrer aí, ao contrário de Espanha.

Os recursos humanos são, para o presidente da Mota-Engil, o «terceiro factor crítico, essencial e mais difícil de concretizar».

António Mota comentou ainda o plano do Governo para o sector: «O próximo ciclo de investimento público tem de ser o veículo para um sector de construção nacional mais forte e que projecte a internacionalização das empresas».

Para atingir esse objectivo, Portugal terá que «ganhar dimensão através de consolidações e associações; especializar-se; investir em recursos humanos nacionais ou estrangeiros; assumir parcerias locais em cada mercado; e melhorar a imagem do sector».

No entanto, de acordo com o responsável, no país «não há consolidação porque não há disponibilidade para disputar poder». «Não é só um problema da construção, também nas telecomunicações, na banca,..», adianta.

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