Os administradores provisórios do grupo europeu do banco norte-americano Lehman Brothers pediram a devolução de oito mil milhões de dólares transferidos para a casa mãe antes da sua quase falência, revelou este sábado o diário económico britânico «Financial Times» (FT).
Segundo o «FT», citado pela agência «Lusa», o gabinete PricewaterhouseCoopers (PwC), encarregue da gestão das actividades europeias do banco de negócios norte-americano, fez o pedido por carta na quarta-feira, três dias depois do anúncio pelo banco do seu depósito de balanço, uma consequência da recusa do Estado norte-americano em conceder as garantias reclamadas pelos candidatos à sua compra.
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Tony Lomas, que dirige a equipa de administradores do PwC, considerou que a transferência dos oito mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros) para os Estados Unidos pouco antes da queda não tem nada de suspeito, embora tenha acrescentado que é uma questão que deve ser esclarecida.
«Claramente, esta questão necessita de um inquérito complementar porque é uma soma importante. Mas é simplista dizer que oito mil milhões de dólares foram retirados de Londres e colocados em Nova Iorque», indicou ao FT.
«O banco onde (Lehman Europe) colocou o seu dinheiro foi a casa mãe. Claramente, oito mil milhões de dólares voaram de Londres para Nova Iorque. É normal que sejam levantadas questões», prosseguiu.
Segundo o diário, o pedido escrito poderá ser seguido de um processo na justiça para reclamar o regresso dos fundos, apesar de uma fonte no Lehman ter indicado ao jornal que é demasiado cedo para saber se é possível um reembolso.
O FT assegura que muitos dos 4.500 funcionários do Lehman em Londres estão furiosos pelo facto do grupo europeu do banco ter sido privado de dinheiro, numa altura em que a casa mãe depositou o seu balanço.
O PwC confirmou que os salários dos últimos meses de todos os funcionários do Lehman na Grã-Bretanha vão ser pagos no final de Setembro.
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