De acordo com um estudo da Deloitte, o sector bancário atravessa uma fase muito favorável às fusões e aquisições, esperando-se 700 operações deste tipo entre instituições bancárias nos próximos quatro anos. Portugal deverá acompanhar esta tendência.
O relatório revela que, até 2010, o cenário da banca de retalho será caracterizado por um maior crescimento potencial dos lucros, de modo geral, pela redução de preços para o consumidor, como resultado da maior concorrência, e por uma indústria mais eficiente com práticas de trabalho mais flexíveis.
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As conclusões do relatório assentam, então, em cinco mensagens-chave. Por um lado, a grande actividade de negócios da banca de retalho em termos transfronteiriços e a mudança no mercado de fusões e aquisições foi conduzida por grandes negócios, situados na fasquia dos 3 mil milhões de dólares.
Banca de retalho lidera fusões e aquisições
Em retrospectiva, nos dois últimos anos verifica-se que oito dos 12 grandes negócios transfronteiriços ocorreram na banca de retalho, a queda das barreiras transfronteiriças, com uma harmonização dos sistemas legais nos mercados da União Europeia e a diminuição do nacionalismo em relação aos produtos. Os gestores de topo estão focados para um crescimento na ordem dos dois dígitos: os investidores pressionam os executivos no sector bancário, de modo a que estes procurem oportunidades de crescimento orgânico nos diferentes mercados que ultrapassem os 10%. Os actores do mercado lutam pela supremacia: embora a corrida pela dimensão e escala aponte para o concorrente mais rápido, os bancos enfrentam um teste às suas ambições por parte dos shareholders, que têm que aprovar este tipo de negócio.
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E, por fim, a experiência do sector bancário nos Estados Unidos fornece os contornos futuros da consolidação europeia: prevê-se a aquisição de aproximadamente 700 bancos ao longo dos próximos quatro anos e a emergência de fornecedores pan-europeus de produtos e serviços da banca de retalho.
«Pelo terceiro ano consecutivo o negócio de fusões e aquisições nas mid-market espera-se que aumente durante 2006 enquanto o mercado das vendas mantém os valores», considera um especialista da consultora, Chris Gentle.
Portugal está largamente alinhado com o cenário global de fusões e aquisições. O volume de transacções cresceu no primeiro trimestre de 2006, com um mercado actualmente dominado por dois negócios com um enorme potencial, as operações hostis que envolvem a Sonae e a Portugal Telecom e a batalha entre dois dos maiores bancos no mercado, o BCP e BPI. Este último negócio está muito alinhado com as aspirações pan-europeias.
«Há diversas forças poderosas no trabalho que dirigem as transacções através da Europa, redefinindo a paisagem europeia do negócio das fusões e aquisições. Houve muitos falsos alarmes na criação de um único mercado europeu. Hoje, as fusões parecem estar a forjar um novo terreno no negócio na Europa. As fusões transversais estão-se a tornar mais comuns dirigidas pela crescente economia global», continua o profissional. «As companhias europeias reconhecem contagens da escala na economia dos negócios do século XXI. Os efeitos serão sentidos em todas as indústrias e em todos os mercados. O negócio europeu nunca mais será o mesmo», conclui.
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