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BPN: accionistas avisados antes do «Estado da Nação»

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Joaquim Coimbra e Almiro Silva podem ter estado na origem do documento

O ex-director de operações do BPN, Ricardo Pinheiro, disse esta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso do banco que alertou dois accionistas de referência da instituição para as irregularidades que ali se passavam, em 2007.

O responsável afirmou ter avisado Almiro Silva e Joaquim Coimbra de várias «situações no grupo que mereciam preocupação», incluindo a existência de transferências para offshores.

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A conversa «informal» com os referidos accionistas, que tiveram lugar «num bar de hotel», ocorreu depois de Ricardo Pinheiro ter ido para Angola, onde se encontra a trabalhar há dois anos, usufruindo de uma licença sem vencimento no BPN.

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A conversa ocorreu antes de Ricardo Pinheiro ter sido contactado por dois colegas no BPN, António Duarte e António Franco, para colaborar na elaboração de um documento que viria a ficar conhecido como «O Estado da Nação».

Documento nasceu de uma quebra na confiança

No documento, os três responsáveis faziam um balanço das actividades do banco, incluindo as questões que achavam merecer preocupação. Segundo Ricardo Pinheiro, era normal fazer-se estes pontos de situação, mas não de uma forma tão aprofundada. Por isso mesmo, admite, «alguém mais pediu um ponto de situação mais consubstanciado», embora afirme não saber quem. Em tese, e tendo em conta o seu alerta prévio aos dois accionistas de referência, o ex-director de operações admite que «é possível» que tenham sido Joaquim Coimbra e Almiro Silva a pedir esta análise.

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«Participei à distância, porque já não estava em Lisboa. O documento surgiu porque tudo o que fazíamos obedecia a uma estrutura de comando, cuja cúpula era Oliveira e Costa e isso funcionava na base da confiança. Foi feito em meados de 2007, quando já existia alguma contestação dos accionistas à gestão de Oliveira e Costa. A nossa preocupação foi levar isto acima de Oliveira e Costa, aos accionistas do banco», afirmou.

Oliveira e Costa também levantou dúvidas de confiança

Ricardo Pinheiro justificou a preocupação com as irregularidades com o facto de receber ordens de Oliveira e Costa e de as cumprir com base num pressuposto de confiança que, na altura, começava a ser posto em causa pelos próprios accionistas do banco.

Na altura, Oliveira e Costa disse numa entrevista à imprensa que não sabia «o que as pessoas que carregam nas teclas andavam a fazer». Ricardo Pinheiro sentiu-se atingido. «Senti que a cadeia de confiança estava a ser posta em causa» e assume um sentimento «de desaponto» com Oliveira e Costa, algo que, assegura, não foi exclusivo seu. «Isso foi extensível a muitas pessoas, foi muito falado na altura por toda a estrutura do banco».

Foi com base nestas declarações de Oliveira e Costa, que os colegas de Ricardo Pinheiro exigiram a Oliveira e Costa que redigisse documentos de responsabilização, em que assumia que todas as operações levadas a cabo «pelas pessoas que carregavam nas teclas» tinham sido feitas com base nas suas ordens.

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