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BPN: mais informação da PGR teria feito diferença

Cartas da Procuradoria não mencionavam relação entre BPN e Banco Insular. Como poderia o Banco de Portugal suspeitar?, questiona Constâncio

Vítor Constâncio admitiu esta segunda-feira que se o Banco de Portugal tivesse sabido mais sobre o que a Procuradoria-Geral da República (PGR) «aparentemente sabia» a situação hoje seria «diferente».

Numa audição que dura há mais de sete horas, e depois de três horas em que apenas o grupo parlamentar do CDS-PP inquiriu o governador do Banco de Portugal - chegando Nuno Melo e Vítor Constâncio a protagonizarem um momento de grande tensão -, o supervisor esclareceu que os pedidos de esclarecimento recebidos pela PGR foram muitos «precisos», mas se «tivessem dito um pouco mais, hoje as coisas poderiam ser diferentes».

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Confrontado pelo Bloco de Esquerda com o ofício de pedido de elementos da PGR, Constâncio frisou que a carta «não mencionava qualquer relacionamento entre o BPN e o Banco Insular. Aliás, não havia qualquer menção ao BPN. Como é que os nossos serviços haveriam de suspeitar?»

«As cartas de 2004 e 2007 não mencionavam qualquer relacionamento entre o Banco Insular e o BPN. Se nos tivessem informado mais sobre o que aparentemente sabiam teria sido diferente», disse ainda Constâncio.

BPN beneficiou de «alguma ingenuidade», admite Constâncio

Questionado pela PGR se o supervisor tinha conhecimento ou «registo de intervenção» do Banco Insular em Portugal, Vítor Constâncio sublinhou que «ninguém pode fazer perguntas sobre aquilo que não sabe que existe». Aliás, «não sabia que o dr. Oliveira e Costa tinha adquirido por portas e travessas o Banco Insular para fazer o que fez».

Ainda no decorrer da intervenção do Bloco de Esquerda, o supervisor revelou que chegou a solicitar ao anterior procurador uma reunião - após ter lido nos jornais que teriam sido detectadas contra-ordenações em cinco grupos bancários no decorrer da Operação Furacão -, mas que tal não chegou a acontecer por indisponibilidade de Souto Moura.

A relação entre o Ministério Público e a PGR e o trabalho de supervisão do Banco de Portugal só terá sofrido uma aproximação, no final do ano passado, segundo terão informado inspectores do banco central. «Só a partir dessa altura é que passou a existir alguma troca de informação entre o Ministério Público e o Banco de Portugal».

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