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Clima económico encalha no mínimo de dois anos

O indicador que mede o clima económico em Portugal manteve-se estagnado em Setembro deste ano. Este índice tem vindo a registar quedas consecutivas desde Abril e encontra-se agora no valor mais baixo desde Setembro de 2003.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de confiança dos consumidores apresentou uma quarta deterioração consecutiva, embora num movimento menos intenso que nos três meses anteriores.

Já no que se refere às empresas, os níveis de confiança melhoraram tanto na Indústria Transformadora como nos Serviços, acelerando o movimento de retoma iniciado no mês precedente. Já na Construção e Obras Públicas e no Comércio, manteve-se a tendência descendente que já se verificava no mês anterior.

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«Em Setembro o indicador de confiança deteriorou-se ligeiramente, depois dos fortes agravamentos verificados de Junho a Agosto, que colocaram o indicador em valores historicamente muito negativos», refere o instituto no seu Inquérito de Conjuntura.

Em Setembro contribuíram negativamente para o comportamento do índice a situação financeira dos lares nos últimos doze meses e as perspectivas que os portugueses têm em termos de evolução do desemprego e da poupança.

«A componente de expectativas de evolução da situação económica do país desagravou-se ligeiramente, depois de ter sido a principal responsável pelo agravamento do indicador nos três meses anteriores», acrescenta.

A maioria das restantes questões do inquérito continuou a deteriorar-se. Apenas constituíram excepção as apreciações sobre a poupança no momento actual, que se desagravaram ligeiramente, depois de terem atingido um valor mínimo no mês anterior, e as perspectivas de evolução dos preços, que interromperam o perfil ascendente anterior.

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Perspectivas de grandes compras batem mínimo histórico

«Note-se que as perspectivas sobre a poupança futura, assim como as apreciações sobre a compra de bens duradouros no momento actual, registaram novos mínimos históricos em Setembro», aponta o INE. Além disso, «destaquem-se as perspectivas sobre a evolução da situação financeira do lar e sobre as compras de bens equipamento, assim como as avaliações sobre o grau de poupança do agregado familiar, que também atingiram valores mínimos tomando como referência os últimos anos».

Analisando a confiança empresarial por sectores, na Indústria Transformadora a confiança apresentou a segunda melhoria consecutiva, evolução foi comum a todas as componentes do indicador.

«O subsector da Fabricação de Automóveis foi o que registou a melhoria mais forte, possivelmente relacionada com a produção de um novo modelo em território nacional», adianta o instituto.

A procura global, tal como referido anteriormente, recuperou em Setembro, tendo esse movimento sido comum a todos os subsectores, à excepção da Fabricação de Automóveis, cujo sentimento se mantém inalterado desde Julho passado. O subsector de Bens de Consumo foi o que apresentou um movimento positivo mais forte. Em termos de origem dessa procura, as questões relativas tanto à procura externa como interna apresentaram melhorias.

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No que se refere à Construção e Obras Públicas, a confiança agravou-se nos dois últimos meses, contrariando a tendência ascendente que se iniciara em Maio de 2003. A evolução ocorrida em Setembro ficou a dever-se à deterioração de ambas as componentes do indicador, perspectivas de emprego e opiniões dos empresários sobre a sua carteira de encomendas. Estes agravamentos foram comuns a todos os subsectores, mas foram especialmente significativos nas obras públicas.

Já no Comércio, a confiança voltou a deteriorar-se, pelo quinto mês consecutivo, fixando novo mínimo para a série. Esta nova degradação deveu-se a movimentos similares nos dois subsectores, encontrando-se o subsector do Comércio a Retalho particularmente negativo.

Nos Serviços, o indicador de confiança recuperou nos dois últimos meses «e com especial intensidade em Setembro, sugerindo a possibilidade de uma inversão da tendência descendente que se iniciara em Junho de 2004». O desagravamento registado no mês de referência resultou do contributo positivo de todas as suas componentes.

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