O governador do Banco de Portugal não acredita que o Presidente da República, Cavaco Silva, dê prioridade ao défice orçamental no actual momento de crise económica.
Em causa está o discurso de Ano Novo de Cavaco Silva, onde alertou para os tempos difíceis que aí vêm, avisando que «as ilusões pagam-se caras». Cavaco falou ainda da necessidade de «pôr fim ao crescimento explosivo da dívida externa». Na altura, muitos analistas interpretaram as palavras do Chefe de Estado como um alerta contra o aumento do défice orçamental devido às medidas do Governo, de estímulo à economia.
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«Não interpreto as palavras do Presidente da República no sentido de dar prioridade ao défice externo nesta conjuntura», disse Vitor Constâncio na conferência de imprensa em que foi apresentado o Boletim Económico de Inverno do Banco de Portugal.
O governador admitiu que o problema do endividamento externo é «uma vulnerabilidade, mas numa conjuntura recessiva mundial não podemos contemplar como ter um objectivo exigente de reduzir ou conter esse endividamento», disse.
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