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Crude representa apenas 40% do preço de venda dos combustíveis

A evolução preocupante do preço dos combustíveis atingiu neste mês de Agosto um marco relevante. As consecutivas subidas dos combustíveis acabaram de fazer com que um litro de gasóleo custe agora mais do que apenas uma moedinha de um euro, o que, para os portugueses, é um marco psicológico forte.

As três principais petrolíferas a operar no mercado português aumentaram esta semana novamente os preços. A primeira foi a Galp, líder de mercado, onde o diesel custa agora 1,014 euros, num aumento de 1,6 cêntimos.

As gasolinas da Galp ficaram também 1,2 cêntimos mais caras, na passada quinta-feira, sendo que a gasolina sem chumbo de 95 octanas passa a custar 1,249 euros por litro, enquanto a gasolina sem chumbo de 98 octanas passa a custar 1,314 euros por litro.

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Na sexta-feira a Repsol seguiu-lhe os passos e a gasolina sem chumbo de 95 passou a custar 1,247 euros por litro, traduzindo uma subida também de 1,2 cêntimos. Já a gasolina sem chumbo de 98 passou para 1,309 euros por litro, mais 1,4 cêntimos, e o gasóleo 1,012 euros por litro, aumentando, assim, 1,6 cêntimos.

A BP também não escapou à tendência e subiu as gasolinas em 1,2 cêntimos para 1,247 euros no caso da de 95 octanas e para 1,377 euros no caso da de 98 octanas. O gasóleo ultrapassou a barreira psicológica de 1 euro por litro, ao aumentar de 0,998 euros para 1,014 euros, uma subida de 0,016 euros.

O motivo apontado para estas subidas é o aumento da matéria-prima, que representa cerca de 40% do preço final. Assim sendo, e previstos que estão novos aumentos no preço do crude, os portugueses podem esperar, sem grande margem de erro, novos aumentos, e consideráveis, no preço dos combustíveis, até ao final deste ano.

O peso dos impostos (IVA + ISP) representou no ano passado, no caso do gasóleo rodoviário, 55% do preço final médio de venda ao público. No caso da gasolina de 95 octanas, representou mesmo 66,5%. Valores que, este ano, estão ainda mais altos, se tivermos em conta que o ISP foi este ano actualizado em 2,1% e o IVA passou de 17 para 19%. São revisões em alta que representaram para o Governo um encaixe adicional de 300 milhões de euros.

Daqui não devem vir mais boas notícias. A prova disso mesmo é que a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) diz já que o aumento no preço do gasóleo, desde o início da liberalização em Janeiro de 2004, provocou um aumento de custos nas empresas do sector superior a 540 milhões de euros. Contas feitas, os custos de exploração das empresas subiram quase 16%, levando as empresas a operar com margens negativas na ordem dos 4,1%. O que quer dizer que estão a praticar preços que não lhes permitem cobrir na totalidade os custos de operação. Premissas que tornam o aumento dos preços dos serviços de transporte inevitável.

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